São Paulo, domingo, 22 de fevereiro de 2004

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OUTRO LADO

Para associação, "fracos" perdem com a proibição

DA REPORTAGEM LOCAL

Para a Associação Brasileira de Bingos e dirigentes esportivos que defendem a continuidade da atividade no país, não apenas 320 mil empregos diretos e indiretos serão extintos como o esporte ficará sem uma de suas poucas fontes de recursos.
"Seiscentas entidades [esportivas] são beneficiadas, repassamos R$ 93 milhões por ano. Sem esse repasse, muitas federações não teriam condições de formar atletas. Nosso principal iatista, Robert Scheidt, já declarou diversas vezes que, sem o dinheiro do bingo, teria largado o esporte e se tornado mais um administrador de empresas", declarou Olavo Sales da Silveira, presidente da Abrabin.
Para ele, o fato de apenas cinco confederações olímpicas -oito, segundo a Abrabin- dizerem que recebem dinheiro do bingo é justificado pelo fato de "elas não precisarem tanto assim", pois já têm as verbas das loterias -Lei Piva. "O bingo ajuda os fracos, as federações e os clubes que vivem à míngua."
Luís Barreto, presidente da Confederação Brasileira de Badminton, concorda com Sales e diz que o bingo foi fundamental para desenvolver modalidades como a sua, que não tem força no Brasil.
"Graças ao bingo, compramos uma sede e montamos quadras. É lamentável que o governo acabe com essa parceria agora. Nenhuma entidade esportiva está envolvida no escândalo que aconteceu no governo."
Reinaldo Câmara, vice da Confederação Brasileira de Vela e Motor, também reclama. "É uma situação grave para o esporte. Não teríamos um hexacampeão mundial [Scheidt] sem o apoio do bingo." (LF, JCA E EO)


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