São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Único da capital no torneio, time de Picerni encara Paulista na semifinal

Palmeiras avança e agora terá que jogar como grande

PAULO GALDIERI
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Se o Palmeiras pretendia "esquecer" que é grande para poder jogar sem favoritismo e continuar na luta pelo título do Paulista, agora será impossível.
A equipe do Parque Antarctica foi ontem a Santos e derrotou a Portuguesa Santista, de virada, por 2 a 1, pelas quartas-de-final do campeonato estadual.
A classificação e a derrota do São Paulo (2 a 0) para o São Caetano colocaram o Palmeiras na condição de único time da capital do Estado que segue na disputa.
"O São Paulo perdeu? Então agora só sobrou a gente. Vamos tentar levantar o título", declarou o meia Pedrinho, surpreso com a eliminação do arqui-rival.
"Mérito nosso. Quietinhos e com humildade, a gente vai chegando", comemorou Jair Picerni, técnico palmeirense.
O Palmeiras teve de começar a partida com uma formação diferente da que habitualmente joga. Com a contusão do volante Magrão, que foi vetado por causa de dores musculares, Marcinho foi escalado. Isso deixou o time com dois volantes mais defensivos.
Correa, que vinha jogando como o último homem no meio-campo, teve de desempenhar a função de Magrão, mas não avançava tanto como o titular costuma fazer. Com isso, Diego Souza era o responsável por armar o time, já que Pedrinho atuou mais próximo ao ataque.
Os palmeirenses, que dominavam as ações ofensivas, tinham espaço para contra-atacar -a Santista entrou com três atacantes-, mas acabavam errando no último passe antes da finalização.
A equipe de Jair Picerni tentava também se aproveitar do campo molhado pela chuva com chutes de fora da área. Foi dessa forma que criou suas melhores chances na etapa inicial. Porém, apesar do domínio palmeirense, foi o time da casa que abriu o placar.
Aos 22min, Beto aproveitou cruzamento feito em cobrança de falta e tocou para a rede.
As bolas alçadas na área tem sido a principal deficiência da defesa do Palmeiras. Dos últimos cinco gols que sofreu, quatro foram em jogadas aéreas.
Depois do gol, a Santista recuou e conseguiu se manter na frente até o final do primeiro tempo, mesmo com um jogador a menos -o zagueiro Diguinho foi expulso aos 33min.
"Estamos com um atleta a mais. Precisamos aproveitar", disse Diego Souza, no intervalo.
E foi o que o time fez.
Desde o início da segunda etapa a equipe do Parque Antarctica passou a ameaçar mais o gol defendido por Cristiano.
Para isso, foi fundamental a alteração tática feita por Jair Picerni no intervalo. Ele tirou o volante Marcinho e colocou mais um atacante, Rafael Marques. Com a entrada do atleta, Muñoz,que substituiu Adriano Chuva, contundido, no fim da etapa inicial, se deslocou para a esquerda. E, por aquele setor, ele foi o responsável pelas duas assistências que resultaram na virada palmeirense.
O empate aconteceu aos 11min, quando o colombiano recebeu de Pedrinho e tocou para o atacante Vágner marcar.
Quatro minutos depois, foi a vez de Muñoz servir Pedrinho para colocar o Palmeiras na frente do marcador: 2 a 1.
A partir daí, o Palmeiras passou a perder chances claras de gol que só não custaram a classificação porque Marcos fez importante defesa, aos 45min, na cabeçada desferida pelo goleiro Cristiano.
O próximo adversário da equipe do técnico Jair Picerni será o Paulista -um sorteio a ser realizado hoje definirá os mandos dos dois confrontos.


Texto Anterior: São Paulo perde a pose, e capital só terá Palmeiras
Próximo Texto: Com saída de rival, Vágner crê na artilharia
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.