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o império cai
No auge do Flu, Adriano perde sonho
Maior façanha do clube carioca elimina São Paulo e condena artilheiro de luxo a sair do Morumbi sem nenhuma taça
Rafael Andrade/Folha Imagem
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O atacante Adriano, na derrota no Maracanã
Fluminense 3
São Paulo 1
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Na noite dos tricolores, o
Fluminense obteve a maior vitória de seus 106 anos incompletos de fundação e passou às
semifinais da Libertadores, fase que jamais alcançara. Renato
Gaúcho, o técnico, sentou-se
perplexo no meio do campo,
enquanto os jogadores davam a
volta olímpica no Mário Filho.
Para o São Paulo, o gol de cabeça de Washington, na traumática altura dos 47min do segundo tempo, representou o
primeiro mata-mata perdido
para o Fluminense em cinco
disputados até hoje, o fim de 40
anos sem derrotas por dois gols
de diferença para o rival no Maracanã -e a primeira eliminação na fase de quartas-de-final.
Com isso, o atacante Adriano, astro maior do Morumbi,
inicia uma turnê de despedida
nos próximos oito jogos, sem
outra chance de erguer taças.
Ou pára antes. "O Adriano estava focado na Libertadores,
preparou-se para isso. É difícil
colocar a cabeça do jogador em
outra competição, admitiu Muricy Ramalho, após o jogo.
Foi um jogo nervoso, com direito a lances ríspidos e absurdos: Fábio Santos acertou o
braço no rosto de Conca duas
vezes. Luiz Alberto, do Fluminense, deu soco no peito do
próprio colega Thiago Neves.
E aí acontecem coisas como
um zagueiro de 1,92 m perder
disputa de cabeça com um atacante de 1,80 m. Cícero ganhou
de Alex Silva, a bola sobrou para Washington, que tocou com
classe para o gol de Rogério.
Encerrava-se assim um jejum
de oito jogos do artilheiro.
Com o São Paulo atordoado,
o time carioca obteve chances
cristalinas, a melhor com Conca, em belíssimo toque por cobertura, no travessão.
No intervalo, Muricy Ramalho tirou Jancarlos, que franqueava a direita são-paulina à
visitação de Júnior César, e pôs
Joílson, terceira opção na posição. Éder, a segunda, não estava
nem no banco. Depois, colocou
Aloísio na vaga de Dagoberto.
No Flu, o atacante Dodô substituiu o volante Arouca.
Muricy tentava mudar um time que não criava. Sua chance
de empatar em todo o primeiro
tempo foi uma cobrança de falta longínqua de Hernanes.
No segundo tempo foi diferente. Por mais que Aloísio tenha só um gol em 13 jogos no
ano, foi ele quem incendiou o
São Paulo no ataque e se entendeu com Adriano. O time dominava e amadurecia o empate.
A presença de Joílson fechou
bem a direita, embora uma expulsão ridícula, um segundo
amarelo ao agarrar Júnior César pela camisa, aos 39min, impedisse aplausos ao atleta.
Aos 25min, Aloísio desceu
pela esquerda, entortou Ygor
na área e cruzou. Adriano, eficiente, fez seu sexto gol na Libertadores. Dodô respondeu
no minuto seguinte, tocando
fraco -Rogério falhou.
A noite ainda era paulistana
no Maracanã, até que, aos
47min, um ensandecido Washington comemorou seu segundo gol, de cabeça.
O Flu aguarda os jogos de hoje para saber quem pega. O São
Paulo buscará forças para o
Brasileiro. E Adriano abre sua
turnê de adeus, que pode ir até
9 de julho, contra o Náutico.
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