Leão alerta contra paraguaio, faz mistério e ensaia escalação com três atacantes

Técnico do América fala que ambição é marcar um gol, para forçar o Santos a "fazer algo extraordinário" para poder avançar às semifinais

DA REPORTAGEM LOCAL

O Santos entra em campo nesta noite com duas preocupações: reverter a desvantagem de 2 a 0 estabelecida no confronto de ida pelas quartas-de-final da Libertadores e parar o atacante paraguaio Cabañas.
O técnico Emerson Leão sabe que, se o time sofrer gols, a missão de avançar no certame continental ficará ainda mais complicada -terá que vencer por três tentos de diferença.
Placar idêntico ao da primeira partida a favor do time santista leva a decisão da vaga nas semifinais para os pênaltis.
Para não sofrer novos gols do corpulento atacante paraguaio (autor dos dois gols na partida anterior e de dois dos três gols que eliminaram o Flamengo em pleno Maracanã nas oitavas-de-final), Leão voltou a alertar seus jogadores.
"Já sabíamos quem era o Cabañas, mesmo assim não tivemos a atenção suficiente que ele merecia", disse o treinador ao UOL. "O Cabañas ficou entre a linha da defesa. O segundo gol também saiu de uma falha nossa, já que ele recebeu livremente um lançamento de 60 metros. É inadmissível deixar que a bola percorra caminho tão longo sem que houvesse marcação", completou Leão, comparando o avante paraguaio a Kléber Pereira.
Do lado mexicano, a aposta é na busca de um gol em contragolpe. O técnico Juan Antonio Luna disse esperar um adversário muito ofensivo, que pode dar brechas. "Confiamos que podemos fazer um gol, o que os mortificará. Teriam que fazer algo extraordinário para ganhar", declarou ele.
Ontem, no último treino antes da partida decisiva, Leão confirmou a expectativa de Luna. Escalou outros dois atacantes ao lado do artilheiro santista. O colombiano Molina deu lugar ao argentino Trípodi (e Lima permaneceu à frente).
Mas o treinador despistou ao ser indagado se arriscaria entrar em campo hoje com três homens de ataque. "Foi um treino para observação. Tabata pode jogar, Molina e Domingos também. Não gastem papel com minha escalação."
Seja qual for a formação, entretanto, o próprio elenco admite que deve investir mais pelo lado esquerdo do que pela lateral direita -setor em que tanto Betão quanto Adriano atuam improvisados.
"O meio-campo do América estará bem truncado. E a saída é explorar as laterais. O Santos não tem muito costume de fazer jogadas pelo meio. Temos que ter tranqüilidade e aproveitar as alas. Os cruzamentos podem ser uma válvula de escape", afirmou ontem o lateral-esquerdo Kléber, único atleta do plantel santista convocado pelo técnico Dunga para defender a seleção brasileira nas próximas duas partidas pelas eliminatórias da Copa de 2010.