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Coração tira Katia, pivô de 23 anos, do Rio-07
Teste feito com a seleção de basquete volta a detectar arritmia na jogadora
Revelação do Nacional-04, atleta já havia ficado parada mais de um ano por causa do problema e voltou a jogar sem autorização médica
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A seleção brasileira feminina
perdeu ontem Katia Regina dos
Santos, 23, que teve detectada
irregularidades no ritmo cardíaco. A pivô foi afastada do
grupo que treina para o Pan.
Sem ela, restam 13 atletas à
disposição do técnico Antonio
Carlos Barbosa -Adrianinha,
Erika e Iziane, que estão na
WNBA, não se apresentaram.
"Lamentamos os resultados
dos exames porque a Katia é
uma atleta com muito recurso
técnico. Mas a principal preocupação é não expor a jogadora
a riscos", afirmou Barbosa.
Katia despontou pelo Santo
André no Nacional de 2004,
quando terminou a temporada
como segunda cestinha (média
de 17,6 pontos), terceira reboteira (9,4 por jogo) e líder em
bloqueios (2,2 por partida).
Durante a campanha, no entanto, a pivô sentiu falta de ar e
dores no peito durante um treino. Após exames, foi detectada
uma arritmia cardíaca, que já a
havia afastado das quadras.
"Ela fez tratamento conosco,
e nossa recomendação era a de
que ela não poderia praticar esporte de alto rendimento", conta Nabil Ghorayeb, especialista
em cardiologia do esporte.
Segundo ele, Katia possuía
uma arritmia, de origem genética, que se intensificava com o
esforço. "Era um problema similar ao do Fabrício Carvalho",
lembra o especialista, referindo-se ao atacante que na época
defendia o São Caetano.
A pivô fez tratamento até o
ano passado com a equipe médica do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo. Segundo a
Folha apurou, Katia decidiu
voltar às quadras sem autorização médica e assinou compromisso com o CD Ensino, da segunda divisão espanhola.
Neste ano, votou ao país e
acertou contrato com o Catanduva para a disputa do Paulista.
Chamada à seleção, passou
por novos exames a pedido de
Carlos Eduardo Marques, médico da seleção feminina. A
CBB informou que Katia não
chegou a participar de treinos
físicos com o time nacional.
Segundo o médico João
Olyntho Machado Neto, que a
examinou, a jogadora não poderia mesmo estar treinando.
"A atleta não deve envolver-se no momento com a prática
de basquete competitivo, sendo necessário a continuidade
da investigação", disse Machado em seu relatório médico.
Descoberta pela técnica Laís
Elena Aranha em Suzano, Katia foi morar no alojamento do
Santo André aos 13 anos.
A pivô é de uma família de
atletas. Dois de seus irmãos jogaram basquete: Luís, no Corinthians, e Márcia, na Pirelli.
Em 2003, integrou a seleção
brasileira que foi vice-campeã
do Mundial sub-21 da Croácia,
na última conquista significativa da equipe nacional.
Procurada ontem, Katia não
foi localizada. Segundo informou a CBB, após o corte, ela
viajou para Catanduva.
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