São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2007

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Coração tira Katia, pivô de 23 anos, do Rio-07

Teste feito com a seleção de basquete volta a detectar arritmia na jogadora

Revelação do Nacional-04, atleta já havia ficado parada mais de um ano por causa do problema e voltou a jogar sem autorização médica


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção brasileira feminina perdeu ontem Katia Regina dos Santos, 23, que teve detectada irregularidades no ritmo cardíaco. A pivô foi afastada do grupo que treina para o Pan.
Sem ela, restam 13 atletas à disposição do técnico Antonio Carlos Barbosa -Adrianinha, Erika e Iziane, que estão na WNBA, não se apresentaram.
"Lamentamos os resultados dos exames porque a Katia é uma atleta com muito recurso técnico. Mas a principal preocupação é não expor a jogadora a riscos", afirmou Barbosa.
Katia despontou pelo Santo André no Nacional de 2004, quando terminou a temporada como segunda cestinha (média de 17,6 pontos), terceira reboteira (9,4 por jogo) e líder em bloqueios (2,2 por partida).
Durante a campanha, no entanto, a pivô sentiu falta de ar e dores no peito durante um treino. Após exames, foi detectada uma arritmia cardíaca, que já a havia afastado das quadras.
"Ela fez tratamento conosco, e nossa recomendação era a de que ela não poderia praticar esporte de alto rendimento", conta Nabil Ghorayeb, especialista em cardiologia do esporte.
Segundo ele, Katia possuía uma arritmia, de origem genética, que se intensificava com o esforço. "Era um problema similar ao do Fabrício Carvalho", lembra o especialista, referindo-se ao atacante que na época defendia o São Caetano.
A pivô fez tratamento até o ano passado com a equipe médica do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo. Segundo a Folha apurou, Katia decidiu voltar às quadras sem autorização médica e assinou compromisso com o CD Ensino, da segunda divisão espanhola.
Neste ano, votou ao país e acertou contrato com o Catanduva para a disputa do Paulista.
Chamada à seleção, passou por novos exames a pedido de Carlos Eduardo Marques, médico da seleção feminina. A CBB informou que Katia não chegou a participar de treinos físicos com o time nacional.
Segundo o médico João Olyntho Machado Neto, que a examinou, a jogadora não poderia mesmo estar treinando.
"A atleta não deve envolver-se no momento com a prática de basquete competitivo, sendo necessário a continuidade da investigação", disse Machado em seu relatório médico.
Descoberta pela técnica Laís Elena Aranha em Suzano, Katia foi morar no alojamento do Santo André aos 13 anos.
A pivô é de uma família de atletas. Dois de seus irmãos jogaram basquete: Luís, no Corinthians, e Márcia, na Pirelli.
Em 2003, integrou a seleção brasileira que foi vice-campeã do Mundial sub-21 da Croácia, na última conquista significativa da equipe nacional.
Procurada ontem, Katia não foi localizada. Segundo informou a CBB, após o corte, ela viajou para Catanduva.


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