São Paulo, segunda-feira, 22 de junho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

A melhor da história

A COPA das Confederações é um torneio a que se presta mais atenção nas derrotas do que nas vitórias. Daí muita gente se lembrar da campanha do time de 1999 pela derrota na decisão para o México, por 4 x 3. Não pelas três vitórias conquistadas na primeira fase.
Dez anos e quatro campanhas depois, a seleção brasileira conseguiu pela segunda vez na história 100% de aproveitamento na primeira fase. Com duas coincidências: em 1999, o Brasil goleou um rival histórico, a Alemanha -o segundo classificado do grupo naquela ocasião, como agora, foi a seleção americana.
A lembrança serve para relativizar a importância do bom futebol apresentado na primeira fase.
Assim como, há quatro anos, não adiantou nada jogar bem contra a Argentina, na Copa das Confederações. Vale muito mais esse tipo de desempenho no Mundial.
Relativizar não significa deixar de elogiar. A seleção jogou como um time adulto, que se aprimorou durante três anos do trabalho de Dunga e que pode evoluir até a Copa do Mundo. A última decisão certa do técnico da seleção, que parece dar resultado em campo, é a troca de Elano por Ramires, no lado direito do meio de campo.
Elano é o líder da era Dunga no quesito passes para gols -foram oito, em 92 gols sob o comando atual. A estatística vale pouco, comparada com a facilidade de Ramires, uma espécie de Toninho Cerezo, para se movimentar pelo campo todo. Mas que lembra Paulo Isidoro, meia-direita adaptado ao lado direito do meio de campo na preparação para a Copa de 1982, com Telê Santana.
No Cruzeiro, ele joga mais à esquerda. Ou melhor: "Mesmo quando é escalado à direita, ele se desloca para a esquerda", conta Adílson Batista. Na seleção, Ramires se firma mais à direita.
Na lateral, Maicon leva vantagem sobre Daniel Alves no aspecto defensivo. Na esquerda, ainda não há nem sinal do titular. Contra o Egito, com Daniel na direita, Kléber na esquerda, os laterais marcaram muito na frente e os dois deram espaço para a projeção dos atacantes rivais.
Na direita, o problema não existe, quando Maicon joga. Mas ainda falta Dunga acertar o lado esquerdo.

TRICOLOR PELO CHÃO
O São Paulo de Milton Cruz foi o time da bola no chão. Sem cruzamentos, pela ausência de um atacante alto, trocou passes, mas não teve penetração. Teve "domínio estéril", diriam narradores do passado. Quando o Corinthians fechou espaços e usou contra-ataque, o Tricolor virou presa fácil.

COM RICARDO GOMES
Em duas temporadas de 38 jogos no Bordeaux, o time de Ricardo Gomes marcou 39 e 43 gols respectivamente. Sem força ofensiva, foi vice do Francês em 2006. Pelo Monaco, duas temporadas com 40 e 41 gols. O São Paulo tem elenco para ser forte no ataque e desmentir a história das equipes de Gomes.

O TIME DOS VOLANTES
O meia Douglas foi perfeito no contra-ataque que resultou no gol de Cristian, que ontem abriu a vitória do Corinthians por 3 a 1 no clássico contra o São Paulo. Mas quem organiza a equipe dirigida por Mano Menezes são os volantes. O início vacilante do Corinthians no clássico virou controle da partida quando Cristian dominou Jean e saiu para jogar. A alma corintiana que conduziu o time neste semestre tem a força de Cristian e a técnica de Elias.

Texto Anterior: A rodada: Média de gols da jornada bate o recorde do campeonato
Próximo Texto: Forte fora, Atlético-MG bate Santos e se isola
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.