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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
A melhor da história
A COPA das Confederações é um torneio a que
se presta mais atenção
nas derrotas do que nas vitórias. Daí muita gente se lembrar da campanha do time de
1999 pela derrota na decisão
para o México, por 4 x 3. Não
pelas três vitórias conquistadas
na primeira fase.
Dez anos e quatro campanhas depois, a seleção brasileira conseguiu pela segunda vez
na história 100% de aproveitamento na primeira fase. Com
duas coincidências: em 1999, o
Brasil goleou um rival histórico, a Alemanha -o segundo
classificado do grupo naquela
ocasião, como agora, foi a seleção americana.
A lembrança serve para relativizar a importância do bom
futebol apresentado na primeira fase.
Assim como, há quatro anos,
não adiantou nada jogar bem
contra a Argentina, na Copa das
Confederações. Vale muito
mais esse tipo de desempenho
no Mundial.
Relativizar não significa deixar de elogiar. A seleção jogou
como um time adulto, que se
aprimorou durante três anos
do trabalho de Dunga e que pode evoluir até a Copa do Mundo. A última decisão certa do
técnico da seleção, que parece
dar resultado em campo, é a
troca de Elano por Ramires, no
lado direito do meio de campo.
Elano é o líder da era Dunga
no quesito passes para gols
-foram oito, em 92 gols sob o
comando atual. A estatística vale pouco, comparada com a facilidade de Ramires, uma espécie de Toninho Cerezo, para se
movimentar pelo campo todo.
Mas que lembra Paulo Isidoro,
meia-direita adaptado ao lado
direito do meio de campo na
preparação para a Copa de
1982, com Telê Santana.
No Cruzeiro, ele joga mais à
esquerda. Ou melhor: "Mesmo
quando é escalado à direita, ele
se desloca para a esquerda",
conta Adílson Batista. Na seleção, Ramires se firma mais à direita.
Na lateral, Maicon leva vantagem sobre Daniel Alves no aspecto defensivo. Na esquerda,
ainda não há nem sinal do titular. Contra o Egito, com Daniel
na direita, Kléber na esquerda,
os laterais marcaram muito na
frente e os dois deram espaço
para a projeção dos atacantes
rivais.
Na direita, o problema não
existe, quando Maicon joga.
Mas ainda falta Dunga acertar o
lado esquerdo.
TRICOLOR PELO CHÃO
O São Paulo de Milton
Cruz foi o time da bola no
chão. Sem cruzamentos, pela ausência de um atacante
alto, trocou passes, mas não
teve penetração. Teve "domínio estéril", diriam narradores do passado. Quando o
Corinthians fechou espaços
e usou contra-ataque, o Tricolor virou presa fácil.
COM RICARDO GOMES
Em duas temporadas de
38 jogos no Bordeaux, o time
de Ricardo Gomes marcou
39 e 43 gols respectivamente. Sem força ofensiva, foi vice do Francês em 2006. Pelo
Monaco, duas temporadas
com 40 e 41 gols. O São Paulo
tem elenco para ser forte no
ataque e desmentir a história das equipes de Gomes.
O TIME DOS VOLANTES
O meia Douglas foi perfeito no contra-ataque que resultou no gol de Cristian, que ontem abriu a vitória do Corinthians por 3 a 1 no clássico contra o São Paulo. Mas quem
organiza a equipe dirigida por Mano Menezes são os volantes. O início vacilante do Corinthians no clássico virou
controle da partida quando Cristian dominou Jean e saiu
para jogar. A alma corintiana que conduziu o time neste
semestre tem a força de Cristian e a técnica de Elias.
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