São Paulo, domingo, 22 de julho de 2007

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FUTEBOL

Eliminado, time sub-17 é vaiado no Maracanã

Brasil sofre 4 a 2 do Equador diante de 60 mil pessoas, público recorde do Pan

Técnico da seleção diz que poderia jogar o dia todo que não venceria, e equatoriano explica à mulher que vitória adiará sua chegada em casa

DA SUCURSAL DO RIO

Diante do maior público do Pan, a seleção sub-17 foi eliminada dos Jogos ao ser derrotada pelos equatorianos, por 4 a 2, ontem à tarde, no Maracanã. Segundo estimativa dos organizadores, cerca de de 60 mil pessoas assistiram ao time comandado pelo atacante Edmundo Zura, 23, garantir vaga na semifinal do torneio.
Os torcedores não pouparam os adolescentes da seleção, hostilizados várias vezes durante o jogo. No final da partida, eles deixaram o gramado do Maracanã aos gritos de "timinho".
"Estamos todos tristes. Não tenho o que explicar. Agora é bola para a frente. A vida não para por aí", disse o meia-atacante Lulinha, do Corinthians, o único dos convocados que já havia disputado uma partida por uma equipe profissional.
"Não podemos ficar buscando desculpas pela derrota. Infelizmente, não conseguimos ter uma boa atuação. Poderíamos jogar o dia todo, mas não venceríamos esta partida", afirmou o técnico da seleção brasileira, Lucho Nizzo. Antes da derrota de ontem, o time nacional havia vencido as duas primeiras partidas do torneio.
Artilheiro da segunda divisão do futebol equatoriano no ano passado, Zura foi o destaque da partida. Ele marcou o segundo gol e deu passe para outros dois. O atacante do Imbabura é o mais experiente dos equatorianos, que atuaram com sete jogadores acima dos 17 anos.
De acordo com a Odepa, o campeonato de futebol poderia ser disputado por seleções sub-20, com três atletas mais velhos. Por decisão da CBF, o Brasil foi representado pelo time com atletas de até 17 anos. Nenhum deles havia ainda jogado no estádio do Maracanã.
"Senti que os jogadores ficaram ansiosos com o estádio. Tentamos prepará-los para todas as situações, mas não podemos rotular estes atletas", afirmou o treinador, que vai comandar o time no Mundial da categoria, no próximo mês, na Coréia do Sul. Além do Equador, Jamaica, Bolívia e México permanecem no torneio.
Expulso ao empurrar um adversário, quando o Brasil já perdia, por 3 a 1, o zagueiro Rafael Foster afirmou que não estava arrependido. Ele recebeu o cartão vermelho aos 25min do segundo tempo.
Apesar do time mais experiente, os equatorianos não esconderam a surpresa com a vitória no Maracanã. Depois da partida, muitos jogadores e integrantes da comissão técnica choravam no gramado.
O técnico do Equador, Sixto Vizuete, protagonizou uma cena inusitada durante a entrevista coletiva. Ele interrompeu as perguntas e respostas para atender a uma ligação da sua mulher, que desconhecia o resultado do jogo, e queria saber do dia da sua volta ao país.
Diante dos jornalistas, Vizuete contou que havia vencido a partida, que não foi transmitida para o Equador, e desligou rapidamente a ligação. "Desculpe. Ela já estava esperado a minha chegada para segunda [amanhã]. Agora, vai ter que aguardar mais uma semana lá", afirmou Vizuete, dando uma risada. (SÉRGIO RANGEL)


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