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FUTEBOL
Eliminado, time sub-17 é vaiado no Maracanã
Brasil sofre 4 a 2 do Equador diante de 60 mil pessoas, público recorde do Pan
Técnico da seleção diz que poderia jogar o dia todo que não venceria, e equatoriano explica à mulher que vitória adiará sua chegada em casa
DA SUCURSAL DO RIO
Diante do maior público do
Pan, a seleção sub-17 foi eliminada dos Jogos ao ser derrotada pelos equatorianos, por 4 a
2, ontem à tarde, no Maracanã.
Segundo estimativa dos organizadores, cerca de de 60 mil pessoas assistiram ao time comandado pelo atacante Edmundo
Zura, 23, garantir vaga na semifinal do torneio.
Os torcedores não pouparam
os adolescentes da seleção, hostilizados várias vezes durante o
jogo. No final da partida, eles
deixaram o gramado do Maracanã aos gritos de "timinho".
"Estamos todos tristes. Não
tenho o que explicar. Agora é
bola para a frente. A vida não
para por aí", disse o meia-atacante Lulinha, do Corinthians,
o único dos convocados que já
havia disputado uma partida
por uma equipe profissional.
"Não podemos ficar buscando desculpas pela derrota. Infelizmente, não conseguimos ter
uma boa atuação. Poderíamos
jogar o dia todo, mas não venceríamos esta partida", afirmou o
técnico da seleção brasileira,
Lucho Nizzo. Antes da derrota
de ontem, o time nacional havia
vencido as duas primeiras partidas do torneio.
Artilheiro da segunda divisão
do futebol equatoriano no ano
passado, Zura foi o destaque da
partida. Ele marcou o segundo
gol e deu passe para outros
dois. O atacante do Imbabura é
o mais experiente dos equatorianos, que atuaram com sete
jogadores acima dos 17 anos.
De acordo com a Odepa, o
campeonato de futebol poderia
ser disputado por seleções sub-20, com três atletas mais velhos. Por decisão da CBF, o Brasil foi representado pelo time
com atletas de até 17 anos. Nenhum deles havia ainda jogado
no estádio do Maracanã.
"Senti que os jogadores ficaram ansiosos com o estádio.
Tentamos prepará-los para todas as situações, mas não podemos rotular estes atletas", afirmou o treinador, que vai comandar o time no Mundial da
categoria, no próximo mês, na
Coréia do Sul. Além do Equador, Jamaica, Bolívia e México
permanecem no torneio.
Expulso ao empurrar um adversário, quando o Brasil já perdia, por 3 a 1, o zagueiro Rafael
Foster afirmou que não estava
arrependido. Ele recebeu o cartão vermelho aos 25min do segundo tempo.
Apesar do time mais experiente, os equatorianos não esconderam a surpresa com a vitória no Maracanã. Depois da
partida, muitos jogadores e integrantes da comissão técnica
choravam no gramado.
O técnico do Equador, Sixto
Vizuete, protagonizou uma cena inusitada durante a entrevista coletiva. Ele interrompeu
as perguntas e respostas para
atender a uma ligação da sua
mulher, que desconhecia o resultado do jogo, e queria saber
do dia da sua volta ao país.
Diante dos jornalistas, Vizuete contou que havia vencido
a partida, que não foi transmitida para o Equador, e desligou
rapidamente a ligação. "Desculpe. Ela já estava esperado a
minha chegada para segunda
[amanhã]. Agora, vai ter que
aguardar mais uma semana lá",
afirmou Vizuete, dando uma risada.
(SÉRGIO RANGEL)
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