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São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2003
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Principal estrela do tetra reage com violência a protesto de torcedor contra a campanha do Flu Romário encara a crise no tapa
SÉRGIO RANGEL DA SUCURSAL DO RIO O atacante Romário, 37, provocou uma pancadaria ontem no Fluminense. Irritado com o protesto de um torcedor, que atirou seis galinhas no treino e chamou os atletas de mercenários, o principal nome do tetracampeonato, em 1994, brigou na arquibancada do aristocrático estádio das Laranjeiras (zona sul do Rio). Com a ajuda de Fernando Lima, o Zé Colméia, seu fisioterapeuta, Romário agrediu com tapas Ricardo Gomes, 31, integrante da organizada Garra Tricolor. Acuado, o torcedor pulou de uma altura de três metros para fugir. A atitude de Romário revoltou outros torcedores, que tentaram agredi-lo. Os seguranças do clube foram obrigados a entrar na briga para proteger o jogador. Na confusão, Romário, que deve encerrar a carreira no final do ano, berrava: "Não admito ser esculachado na minha casa". Como se não bastasse a confusão na arquibancada, Romário queria brigar mais com o torcedor, só que perto do alambrado. "Não vai ter covardia. Será só eu e ele", gritava Romário, pedindo para os seguranças o deixarem. Os ânimos só acalmaram com a chegada de policiais que trabalham na segurança do Palácio Guanabara (sede do governo do Estado), vizinho ao clube. "O que aconteceu comigo é um símbolo da desorganização do nosso futebol. O meu protesto era pacífico", disse Gomes, que xingou vários jogadores no treino. Além de ter a camisa rasgada, o torcedor, que prestou queixa na 9ª DP (Delegacia de Polícia), no Catete, estava ferido na boca e com escoriações na cabeça. Michel Assef, advogado de Romário, disse que a reação do jogador aos protestos foi natural. "Ele reagiu muito bem. Foi uma reação natural. Ele não é refinado." Gomes diz que Romário é hoje bom só na briga. "Ele não joga bola, mas bate bem", afirmou. A briga provocada por Romário conturbou ainda mais o clima no Fluminense, que precisa vencer o Corinthians, hoje, no Maracanã, para deixar a zona de rebaixamento. Para o jogo, a organizada pretende fazer mais um protesto. O relacionamento de Romário com a torcida do Fluminense é conflituoso desde a sua volta do Qatar. No empate com o Cruzeiro, o jogador quase brigou com integrantes da Garra Tricolor que o chamaram de mercenário. O presidente do Fluminense, David Fischel, que deve três meses de salários aos atletas, diz que não punirá Romário. "O maior punido seria o Fluminense." Em 2003, o atacante está na sua pior fase. Contundiu-se seguidamente e entrou em campo só 16 vezes pelo Fluminense. Teve passagem conturbada pelo futebol do Qatar. Em fevereiro, se transferiu para o Al-Saad seduzido pela proposta de US$ 1,5 milhão em três meses. Lá, atuou só em três jogos e se desentendeu com o treinador. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Por quê?: Briga escancara a crise que assola o futebol carioca Índice |
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