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Schumacher perde última pole
Segunda falha consecutiva da Ferrari arruina derradeiro treino oficial de alemão e a chance de título
Surpresa com fiasco do rival, Renault evita comemorar vantagem na largada, mas admite que situação de Alonso ficou "bem melhor"
DA REPORTAGEM LOCAL
Parecia um déjà-vu. Na pista,
Michael Schumacher diminui a
velocidade e Fernando Alonso
passa batido por ele. O intervalo, 13 dias. E, depois do treino
classificatório para o GP Brasil,
ontem, o alemão pode encerrar
hoje sua carreira do jeito que
mais detesta: sendo derrotado.
Um problema na pressão de
combustível de sua Ferrari, na
última parte da sessão, fez com
que Schumacher, o primeiro a
sair para a pista, voltasse aos
boxes antes de abrir a volta.
Na última corrida, em Suzuka, um problema no motor deixara o alemão pelo caminho.
"Tentei me manter concentrado. Achei que conseguiriam
arrumar o carro a tempo", disse
Schumacher, logo depois do
treino. Não deu. Sem marcar
tempo, ele larga em décimo.
Alonso, que só precisa de um
ponto para ser bicampeão, cravou a quarta melhor volta.
"Vi que tinha alguma coisa
errada quando ultrapassei o
Michael, mas a equipe não me
falou nada até que eu voltasse
aos boxes", afirmou o espanhol,
que no ano passado, também
em Interlagos, tornou-se o
mais jovem campeão da F-1 aos
24 anos, 1 mês e 27 dias.
Apesar de ter dito que já tinha desistido do Mundial de Pilotos após o GP do Japão, quando Alonso abriu dez pontos de
vantagem, Schumacher parece
ter jogado a toalha só ontem,
depois do mau resultado. Na
sexta-feira, o alemão deixou o
autódromo paulista por volta
das 20h. Não por coincidência,
ontem, às 17h, já não estava
mais no paddock.
"O que aconteceu é chato
porque falhamos duas vezes seguidas", afirmou. "Não conseguimos prever nada, o problema apareceu na hora."
Tristeza na Ferrari, festa na
Renault. "Ainda não é fácil, mas
com certeza é bem melhor", declarou Flavio Briatore, chefe da
escuderia, que tem nove pontos
de vantagem sobre a Ferrari no
Mundial de Construtores.
Se antes do treino as chances
de Schumacher ser campeão já
eram ínfimas -das 73 combinações de resultados possíveis,
apenas uma lhe dá o título-,
agora são menores ainda.
Para se despedir da F-1 hoje
com mais um Mundial, o maior
destruidor de recordes da categoria precisa ganhar e ainda
torcer para que Alonso não
chegue na zona de pontuação.
Um cenário que só aconteceu
uma vez nas 17 provas deste
ano. Foi justamente na Itália,
casa da Ferrari, no final de semana em que Schumacher
anunciou a aposentadoria.
Mas Alonso prefere não contar com a sorte. "Vamos correr
para vencer. Mas vou me arriscar menos. As alegrias ou tristezas só vêm amanhã", disse.
Nos 56 anos de F-1, só oito reviravoltas aconteceram. Em
nenhuma delas, porém, a desvantagem do segundo colocado
na derradeira corrida do ano
era tão grande como agora.
Mas, como a categoria também
nunca tinha visto um piloto como Schumacher, nada que
aconteça hoje será surpresa.
(FÁBIO SEIXAS, LUÍS FERRARI, MÁRVIO
DOS ANJOS E TATIANA CUNHA)
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