São Paulo, segunda-feira, 22 de outubro de 2007

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São-paulinos celebram um 2 a 0 fictício

Vitória sobre o Cruzeiro na "final antecipada" do Brasileiro ganha mais festa com gol sofrido no final pelo Corinthians

São Paulo 1
Cruzeiro 0

JULYANA TRAVAGLIA
MÁRVIO DOS ANJOS

DA REPORTAGEM LOCAL

O Morumbi viu motivos de sobra para festejar ao fim da partida contra o Cruzeiro. Dois gols foram comemorados à exaustão e uma crise de rendimento foi apagada com o fim de uma série de quatro jogos sem vitória (três no Nacional), na "final antecipada" que terminou com um 2 a 0 fictício.
Se o gol de Jorge Wagner, aos 25min do segundo tempo, foi necessário para reacender uma torcida até então apreensiva, o de alvirrubro Geraldo, ao fim do segundo tempo de Náutico 1 x 0 Corinthians, decretou o grito de carnaval que faltava.
Com isso, o São Paulo abriu 13 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, agora o Palmeiras, com 54 pontos. O Cruzeiro, que até ontem era o maior perseguidor, fechou a rodada com 53. E o Santos parou nos 52, com o revés de ontem.
O jogo bateu o recorde de público do Morumbi no ano, com 60.378 pagantes. A marca anterior era o jogo da Copa Sul-Americana, contra o Boca Juniors (vitória por 1 a 0).
Mesmo com o time começando bem o jogo, com a primeira conclusão saindo dos pés de Jorge Wagner aos 5min, a grande dificuldade para os comandados do técnico Muricy Ramalho era a ausência de um jogador decisivo no ataque. Nem Leandro nem Dagoberto mostraram ser um grande perigo para o oponente mineiro.
No primeiro tempo, o São Paulo correu mais riscos na esquerda de sua defesa -justamente onde Muricy teve que mexer pelas ausências de Aloísio, suspenso, e Borges, lesionado. Richarlyson e Júnior não se entendiam na marcação, e, por ali, Leandro Domingues teve a melhor chance do Cruzeiro.
O meia recebeu um passe e ficou cara a cara com Rogério. Completou fraco para o gol, e Breno tirou antes que a bola cruzasse a linha, aos 41min.
Os mineiros, no entanto, facilitavam a vida da zaga são-paulina ao afunilar o jogo pelo meio da defesa, em tentativas de tabelas entre Domingues, Alecsandro e Roni.
A etapa final começou com um lance em que são-paulinos pediram pênalti -num escanteio cobrado por Jorge Wagner, Alex Silva caiu na área, mas Breno também teria feito falta no lance em um cruzeirense.
O buraco do lado esquerdo finalmente foi fechado, e o Cruzeiro já não chegava ao ataque com a mesma desenvoltura do primeiro tempo. O que faltava era mais presença no ataque. E isso foi resolvido com a entrada de Diego Tardelli.
O lance todo foi perfeito: Muricy Ramalho tirou o ala-direito Souza, improdutivo até ali na partida, colocou Diego Tardelli no ataque e deslocou Leandro para o lado direito do campo.
Em seguida, da sua área, Rogério jogou a bola nos pés de Tardelli, que usou o corpo e se desvencilhou da marcação. Partiu à linha de fundo, pela esquerda, e cruzou para o arremate de Jorge Wagner, que Fábio não defendeu. Foi o gol.
A entrada de Tardelli melhorou Dagoberto. Liberado de ter que compensar a falta de um homem de área, o atacante, aos 33min, finalmente concluiu com perigo ao gol, quando recebeu uma bola na área, girou e chutou para bela defesa do goleiro. Três minutos depois, Dagoberto voltaria a enfrentar a marcação de Léo Fortunato para finalizar bem.
Aos 38min, Muricy já dava o resultado como satisfatório. Tirou Leandro e colocou o volante Fernando, para reforçar a marcação pela direita.
E aí virou festa quando o placar eletrônico do Morumbi anunciou que um pênalti fora marcado nos Aflitos. Bola na rede do Corinthians, e a torcida tricolor saiu do estádio com seu 2 a 0 pessoal, ao som da rima involuntária dos coros de "É campeão" e "Segunda divisão".

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