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São-paulinos celebram um 2 a 0 fictício
Vitória sobre o Cruzeiro na "final antecipada" do Brasileiro ganha mais festa com gol sofrido no final pelo Corinthians
São Paulo 1
Cruzeiro 0
JULYANA TRAVAGLIA
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Morumbi viu motivos de
sobra para festejar ao fim da
partida contra o Cruzeiro. Dois
gols foram comemorados à
exaustão e uma crise de rendimento foi apagada com o fim de
uma série de quatro jogos sem
vitória (três no Nacional), na
"final antecipada" que terminou com um 2 a 0 fictício.
Se o gol de Jorge Wagner, aos
25min do segundo tempo, foi
necessário para reacender uma
torcida até então apreensiva, o
de alvirrubro Geraldo, ao fim
do segundo tempo de Náutico 1
x 0 Corinthians, decretou o grito de carnaval que faltava.
Com isso, o São Paulo abriu
13 pontos de vantagem sobre o
segundo colocado, agora o Palmeiras, com 54 pontos. O Cruzeiro, que até ontem era o
maior perseguidor, fechou a rodada com 53. E o Santos parou
nos 52, com o revés de ontem.
O jogo bateu o recorde de público do Morumbi no ano, com
60.378 pagantes. A marca anterior era o jogo da Copa Sul-Americana, contra o Boca Juniors (vitória por 1 a 0).
Mesmo com o time começando bem o jogo, com a primeira conclusão saindo dos pés
de Jorge Wagner aos 5min, a
grande dificuldade para os comandados do técnico Muricy
Ramalho era a ausência de um
jogador decisivo no ataque.
Nem Leandro nem Dagoberto
mostraram ser um grande perigo para o oponente mineiro.
No primeiro tempo, o São
Paulo correu mais riscos na esquerda de sua defesa -justamente onde Muricy teve que
mexer pelas ausências de Aloísio, suspenso, e Borges, lesionado. Richarlyson e Júnior não se
entendiam na marcação, e, por
ali, Leandro Domingues teve a
melhor chance do Cruzeiro.
O meia recebeu um passe e ficou cara a cara com Rogério.
Completou fraco para o gol, e
Breno tirou antes que a bola
cruzasse a linha, aos 41min.
Os mineiros, no entanto, facilitavam a vida da zaga são-paulina ao afunilar o jogo pelo
meio da defesa, em tentativas
de tabelas entre Domingues,
Alecsandro e Roni.
A etapa final começou com
um lance em que são-paulinos
pediram pênalti -num escanteio cobrado por Jorge Wagner,
Alex Silva caiu na área, mas
Breno também teria feito falta
no lance em um cruzeirense.
O buraco do lado esquerdo finalmente foi fechado, e o Cruzeiro já não chegava ao ataque
com a mesma desenvoltura do
primeiro tempo. O que faltava
era mais presença no ataque. E
isso foi resolvido com a entrada
de Diego Tardelli.
O lance todo foi perfeito: Muricy Ramalho tirou o ala-direito
Souza, improdutivo até ali na
partida, colocou Diego Tardelli
no ataque e deslocou Leandro
para o lado direito do campo.
Em seguida, da sua área, Rogério jogou a bola nos pés de
Tardelli, que usou o corpo e se
desvencilhou da marcação.
Partiu à linha de fundo, pela esquerda, e cruzou para o arremate de Jorge Wagner, que Fábio não defendeu. Foi o gol.
A entrada de Tardelli melhorou Dagoberto. Liberado de ter
que compensar a falta de um
homem de área, o atacante, aos
33min, finalmente concluiu
com perigo ao gol, quando recebeu uma bola na área, girou e
chutou para bela defesa do goleiro. Três minutos depois, Dagoberto voltaria a enfrentar a
marcação de Léo Fortunato para finalizar bem.
Aos 38min, Muricy já dava o
resultado como satisfatório. Tirou Leandro e colocou o volante Fernando, para reforçar a
marcação pela direita.
E aí virou festa quando o placar eletrônico do Morumbi
anunciou que um pênalti fora
marcado nos Aflitos. Bola na
rede do Corinthians, e a torcida
tricolor saiu do estádio com seu
2 a 0 pessoal, ao som da rima involuntária dos coros de "É campeão" e "Segunda divisão".
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