São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MOTOR

Estaca zero


Para chegar e ficar na F-1, a história mostrou várias vezes, pouco vale o currículo em campeonatos de base

FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

BRUNO VENCEU o vestibular, passará por novo teste em Jerez ou Algarve em dezembro e, a não ser que ocorra um cataclismo, será titular da Honda em 2009. Por conseqüência, irá se tornar o piloto brasileiro com menos experiência a atingir a F-1 na história recente.
São apenas quatro temporadas com carros, mesma marca de Barrichello e Burti. Mas ambos tiveram muita história no kart, correram Paulistas, Brasileiros, Mundiais...
Bruno, não. Dava as primeiras aceleradas quando o tio bateu em Imola e só começou no esporte para valer em 2005, aos 23. Daquela época, lembro de certa vez quando, com sotaque paulistano carregado e com dose não mais leve de franqueza, lançou: "Meu, sou muito cabaço".
Sim, era. E ainda é, quando comparado com colegas da GP2. Di Grassi, por exemplo. Além do kart, tem sete anos de automobilismo e 2.500 km em testes na Renault. Currículo por currículo, levaria a vaga.
Mas aí está mais um capricho do automobilismo, da F-1 em especial.
A categoria hoje é tão distante dos campeonatos de base, em conceitos técnicos e esportivos, que pouco importa o que os pilotos fizeram antes.
A GP2 diminuiu o fosso, é verdade.
Mas um fosso é sempre um fosso.
Zonta e Pizzonia que o digam.
Seus currículos pré-F-1 são melhores que os de muitos pilotos que largaram em Interlagos, mês passado.
O paranaense ganhou tudo: F-3, F-3000 e até o FIA GT e chegou a freqüentar a escolinha da McLaren.
O amazonense arrebatou campeonatos na Europa com requintes de recordes e ainda estava na F-3 inglesa -que conquistou- quando recebeu em mãos um daqueles contratos eternos com Briatore. Não assinou.
Na F-1, porém, sucumbiram. Teve a ver com a tal história do "lugar-certo-na-hora-certa", mas também com falta de assessoria e de cabeça.
Enquanto isso, Raikkonen, Vettel, Massa e Button entraram pela porta dos fundos, conquistaram espaços e estarão lá no grid de Melbourne.
Qualquer que seja o escolhido, qualquer que seja o currículo, esqueça o que veio antes. Será lá, na Austrália, que sua história começará.

CONCORRÊNCIA
Foi menos badalado por aqui, mas a Toro Rosso também promoveu seu vestibular em Barcelona. Os duelistas, Sato, Buemi e Bourdais. Pelo que fizeram na pista e pelo que disseram fora dela, os dois primeiros devem conquistar as vagas.

AUDIÊNCIA
No ano passado, a Stock fez alarde com o compromisso da Globo de mostrar ao vivo todas as provas de 2008. Nesta semana, a categoria apresentou os planos para 2009. Entre as novidades, incluindo o carro, a notícia de que as quatro primeiras serão exibidas em compacto. Um choque de realidade. Amanhã, aliás, tem Tarumã.

fabio.seixas@grupofolha.com.br



Texto Anterior: Boxe: Após derrota, inglês contrata o pai do algoz
Próximo Texto: Por Olimpíada, Chicago escala Obama
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.