São Paulo, domingo, 22 de novembro de 1998

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FUTEBOL NO MUNDO
Para valer

A partida do Brasil contra a Rússia soou apenas como mais um amistoso. E foi, mas deve marcar uma nova fase na agenda da seleção brasileira.
A Fifa, adiantando questões referentes à Copa de 2002, está liberando a Confederação Sul- Americana para organizar, pela segunda vez consecutiva, as eliminatórias para o Mundial no sistema em que todos se enfrentam, em jogos de ida e volta.
A proposta, aclamada pelas dez federações nacionais da América do Sul, irá congestionar o calendário da CBF. A seleção terá que fazer 18 jogos para garantir vaga na Copa. Será a competição mais extensa da história da "principal" equipe nacional. O Brasil fará nas eliminatórias a soma dos números de partidas que fez na Copa América 95, na Copa América-97 e na Copa América-99 (se chegar à final).
A política de promover jogos "caça-níquel", que abastece os cofres da CBF e mantém o Brasil no topo do ranking da Fifa, terá que ser revista, pois, além das eliminatórias para a Copa- 2002, a seleção irá participar, nos próximos três anos, de duas Copas Américas, uma Copa das Confederações (pelo menos) e um possível Mundialito, sem falar no projeto olímpico, que passa ainda por um torneio qualificatório.
A era Luxemburgo deverá ter, portanto, o mesmo exagero de jogos da época de Zagallo. Só que, a partir de 99, a agenda da seleção será quase toda preenchida por jogos oficiais. O cancelamento do amistoso que a seleção faria em dezembro em São Paulo já é uma constatação disso.
Luxemburgo viverá mais vestibulares que simulados com a seleção, mas ao menos terá quase sempre seus melhores estudantes, pois os clubes europeus são obrigados a ceder seus atletas para jogos oficiais de seleções, podendo apenas tentar interferir nas datas dos torneios, como a Copa das Confederações.
Se é fato que o ano de 98 acabou para valer para a seleção (para o torcedor já havia acabado no final da Copa), é verdade também que a seleção começa em 99 para valer.

Eliminatórias A disputa na América do Sul será intensa. Com a presença do Brasil, serão dez postulantes à fase final da Copa-2002 para as mesmas quatro vagas que existiram para a Copa-98. Quase todas as seleções passam por processos de renovação, especialmente em suas comissões técnicas. A CBF, pelo menos, terá nove jogos em casa nas mãos para agradar a nove Estados do país.

Mundialito
Os uruguaios já receberam o aval da Fifa para organizar pela segunda vez o torneio, que reuniria os países que já foram campeões mundiais. Alemanha, Argentina, Brasil e Itália já teriam confirmado presença na futura competição. A Inglaterra, que já não jogou a primeira edição do torneio (foi substituída pela Holanda), ainda não deu resposta positiva. A França, agora com direito adquirido, não se pronunciou ainda. A seleção da Espanha, em último caso, será convidada para participar do Mundialito.



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