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Soninha
E agora, Parreira?
Entrada de reservas
faz aparecerem até
os Ronaldos que
o mundo espera
ACHO QUE foi o Veríssimo quem escreveu que os segundos que antecedem o apito
inicial são os favoritos do
técnico, porque os jogadores ficam quietos na posição que ele determinou.
Parreira parece ter nisso
prazer especial -e os jogadores em contentar o chefe. Quantas vezes não quisemos que os atletas fossem menos obedientes?
Mas, ontem, em momento de possível privação de sentidos -não é esse o Parreira que nos irrita
por ser conservador e previsível até quando resolve
fazer mudanças?-, ele botou um bando de malucos
em campo, e eles jogaram
como bem entenderam.
Aproximaram-se uns
dos outros, movimentaram-se e tocaram de primeira como se estivessem
no espaço reduzido dos
treinamentos; procuraram o gol desde o primeiro
momento como se precisassem de um.
Ronaldinho foi outro;
foi "aquele". Atrevido, focado, criativo.
Ronaldo também! Os
Ronaldos que o mundo
queria ver. Que diferença
um time pode fazer para
os indivíduos...
Tomamos um gol que tirou a longa invencibilidade da nossa defesa. Que foi
bem nos outros jogos, mas
também passou sustos
-tanto que Dida foi muito
acionado, e a pontaria de
croatas e australianos
nem era das melhores. Ou
seja: não tenho certeza de
que a defesa tenha piorado, mas não há no mundo
quem possa negar que o
ataque melhorou muito.
Tabelas, pivôs, lançamentos, o Brasil expôs seus repertório com garbo.
Não é possível que, depois dessa demonstração
de saúde, movimentação,
toque de bola -o que Parreira, teoricamente, espera de suas equipes-, o time volte à formação anterior. O primeiro consenso
nacional deve ser respeitado: o ataque funciona
melhor com Robinho e
um centroavante -e Ronaldo, em quem eu não
acreditava mais, deve deixar Adriano no banco.
Os volantes não precisam sair, mas Gilberto Silva marca bem e toca melhor que Emerson, e Juninho no banco é um pecado. Roberto Carlos não fez
falta, ao contrário. Cicinho
foi bem...
Parreira agora tem os
problemas que os técnicos
dizem gostar de ter.
soninha.folha@uol.com.br
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