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OPINIÃO
As lições de serenidade de "El Maestro" Oscar Tabárez
PASQUALE CIPRO NETO
COLUNISTA DA FOLHA
E a tal da marmelada não
se concretizou. Uruguai e
México jogaram para valer.
Por temor à Argentina ou
por dignidade mesmo, os
dois times começaram o jogo
a mil. Muita correria e vontade, disciplina tática e alguma
técnica, sobretudo do Uruguai, que, compacto e bem
postado na defesa, atacou
pouco, mas, quando o fez, foi
perigoso, graças ao trio Forlán, Suárez e Cavani.
Os números do jogo indicam que o México teve mais
posse de bola (dois terços do
jogo), mas o Uruguai criou
muito mais chances de gol.
Destaque-se o fato de que a
equipe celeste ainda não sofreu nenhum gol nesta Copa.
Pois bem. Jogo encerrado,
fui para a sala de imprensa,
onde tive a oportunidade de
participar da coletiva de "El
Maestro" (o uruguaio Oscar
Tabárez), que destacou a
aposta que fez nesse grupo,
que está com ele há quatro
anos. O que vi na entrevista
do uruguaio foi uma clara demonstração de serenidade,
sensibilidade, equilíbrio e
boa articulação do discurso.
A fala de Tabárez é calma,
lúcida, civilizada. Perguntei-lhe como se sentia depois do
claro desmonte da tese da
"marmelada". Calmamente,
"El Maestro" ressaltou que
eles tinham uma resposta a
dar à Fifa e a todos os envolvidos na competição. Tudo
dito com sobriedade e elegância, traços que, por sinal,
também foram vistos no pronunciamento do técnico mexicano, Javier Aguirre.
Essa mesma atitude vi
quando participei de uma entrevista coletiva do treinador
italiano, Marcello Lippi. Já
Dunga e Domenech... É isso.
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