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Presidente do time do ABC fica em alerta após estardalhaço gremista
Conspiradores da América
Supostos complôs tomam conta do confronto continental entre São Caetano e time paraguaio
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EDUARDO ARRUDA
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ingredientes não faltam para as
mentes conspiratórias nesta final
de Libertadores da América, com
o jogo de ida marcado para amanhã, em Assunção, no Paraguai.
O presidente do São Caetano,
Nairo Ferreira, vai logo avisando:
"Não vou ficar surpreso se houver
favorecimento para o Olimpia."
Os boatos de complô começaram por causa do Grêmio, que se
sentiu prejudicado na semifinal
contra o time paraguaio, quando
acabou sendo eliminado na disputa de pênaltis.
O presidente gremista, José Alberto Guerreiro, saiu alertando
que o São Caetano seria a próxima vítima no caminho do título
encomendado para festa dos cem
anos de fundação do Olimpia.
O time do ABC, então, passou a
reclamar, especialmente depois
que a Confederação Sul-Americana de Futebol, cuja sede é em Assunção e o presidente é o paraguaio Nicolás Leoz, escolheu um
juiz argentino para apitar a partida de amanhã.
Era justamente o que queria o
técnico do Olimpia, o ex-goleiro
argentino Nery Pumpido, que
vem exigindo juízes conterrâneos
seus para apitarem a decisão.
Teorias conspiratórias nas finais do torneio sul-americano
não são de hoje. Na decisão da Libertadores de 2000, por exemplo,
o então treinador do Palmeiras,
Luiz Felipe Scolari, denunciava
um suposto complô.
"Recebi uma notícia terrível.
Uma fonte importante falou que o
jogo seria de pôquer, de cartas
marcadas. Temo uma tragédia no
Morumbi. Estou com 45 pulgas
atrás da orelha", afirmou, antes
da partida contra o Boca Juniors,
que, no final das contas, acabou
mesmo sendo o campeão.
Time sem tradição -tem 12
anos de existência-, o São Caetano se diz fraco nos bastidores.
Acha que foi prejudicado na final
da Copa João Havelange, competição que substituiu o Brasileiro
em 2000, diante do Vasco.
Depois da queda do alambrado
de São Januário, palco do segundo jogo decisivo entre as duas
equipes, teve de aceitar a realização de uma terceira partida, agora
no Maracanã, atendendo a pedido do Clube dos 13. Acabou sendo
derrotado e ficou com o vice-campeonato, feito que repetiu em
2001, quando perdeu a final do
Brasileiro para o Atlético-PR.
Apesar de reconhecer a preocupação com um possível complô
pró-Olimpia, o técnico do São
Caetano, Jair Picerni, acha que o
time tem que superar os obstáculos extracampo com gols. ""O São
Caetano tem de contar com um
diferencial: marcar gols. Temos
de entrar em campo pensando
que vamos superar qualquer erro
da arbitragem."
Os paraguaios, por sua vez, dizem estranhar o comportamento
dos brasileiros, que estariam tentando influenciar a arbitragem a
seu favor. O jornal "La Nación"
publicou texto afirmando que, na
verdade, o time local é que foi prejudicado nesta Libertadores.
"Não se pode inventar que o
Olimpia está na final graças às arbitragens. Elas tomaram decisões
prejudiciais ao time, que está na
final por méritos próprios", afirma em editorial. E diz que, se houve um time beneficiado pela arbitragem na semifinal, foi o Grêmio,
que teria sido favorecido no jogo
de ida, em Assunção.
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