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POLÍTICA
Em homenagem a atletas do Pan, presidente é cobrado por Meligeni
Lula promete lei de incentivo fiscal
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A festa de recepção dos atletas
brasileiros que participaram dos
Jogos Pan-Americanos de Santo
Domingo ontem, no Palácio do
Planalto, contou com distribuição
de medalhas, fotografias e Hino
Nacional na rampa e o compromisso do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva de viabilizar uma lei
de incentivos fiscais para o setor.
Como revelou a Folha há duas
semanas, o Ministério do Esporte
já possui o esboço de um projeto
de lei fiscal, que pretende enviar
ao Congresso tão logo seja concluída a votação das reformas.
No discurso que fez no evento, o
tenista Fernando Meligeni cobrou
que a isenção de impostos às empresas que investirem no esporte
seja normatizada pelo governo.
Chamando o atleta pelo apelido,
Fininho, Lula respondeu: "Se for
necessário a gente criar uma lei
que garanta incentivo para a prática de esporte, vamos criar".
Foi a primeira declaração pública do presidente sobre o tema,
considerado crucial pelo o ministro Agnelo Queiroz e por cartolas.
Além da homenagem à delegação -todos os integrantes foram
condecorados com a Cruz do Mérito Desportivo-, Lula e a primeira-dama, Marisa, receberam
medalhas simbólicas da quebra
do recorde de pódios brasileiros
no Pan. No melhor desempenho
da história, o país conquistou 123
medalhas em Santo Domingo.
Chamado de "pé-quente" por
Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, Lula aproveitou o discurso para pedir que os atletas e
toda a sociedade participassem da
democratização de oportunidades esportivas para os pobres.
O presidente também disse que
quer "desafiar" empresas públicas e privadas a patrocinar atletas.
Lula ressaltou que seu governo
vê o esporte como uma alternativa para que crianças e jovens "não
caiam na criminalidade e no narcotráfico". Nessa linha, criticou as
escolas brasileiras que são "castelos de cimento armado" e elogiou
a prefeita Marta Suplicy (PT) pela
intenção de criar, em bairros pobres, Centros de Ensino Unificado com infra-estrutura esportiva.
Lula pediu a Agnelo Queiroz
que abra, durante a semana, os
clubes ligados a órgãos públicos
em Brasília -geralmente mantidos pelos respectivos funcionários- para as crianças que "nascem e morrem sem a oportunidade de dar um mergulho numa piscina". O Ministério do Esporte já
possuiu um projeto de abrir os
clubes sociais à população.
"No Brasil, as pessoas pensam
que tudo depende do Estado. O
Estado também tem limites. Veja
quantos clubes espalhados por esse Brasil a fora ficam fechados de
segunda a sexta. Vamos abrir isso
para a sociedade carente."
O presidente disse que, quando
era criança, a falta de espaço esportivo não era problema porque
se fazia um campo de futebol em
qualquer esquina. "Na nossa infância, por mais pobre que nós
fossemos, nós tínhamos um
mundo aos nossos pés."
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