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São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2003

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POLÍTICA

Em homenagem a atletas do Pan, presidente é cobrado por Meligeni

Lula promete lei de incentivo fiscal

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A festa de recepção dos atletas brasileiros que participaram dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo ontem, no Palácio do Planalto, contou com distribuição de medalhas, fotografias e Hino Nacional na rampa e o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de viabilizar uma lei de incentivos fiscais para o setor.
Como revelou a Folha há duas semanas, o Ministério do Esporte já possui o esboço de um projeto de lei fiscal, que pretende enviar ao Congresso tão logo seja concluída a votação das reformas.
No discurso que fez no evento, o tenista Fernando Meligeni cobrou que a isenção de impostos às empresas que investirem no esporte seja normatizada pelo governo. Chamando o atleta pelo apelido, Fininho, Lula respondeu: "Se for necessário a gente criar uma lei que garanta incentivo para a prática de esporte, vamos criar".
Foi a primeira declaração pública do presidente sobre o tema, considerado crucial pelo o ministro Agnelo Queiroz e por cartolas.
Além da homenagem à delegação -todos os integrantes foram condecorados com a Cruz do Mérito Desportivo-, Lula e a primeira-dama, Marisa, receberam medalhas simbólicas da quebra do recorde de pódios brasileiros no Pan. No melhor desempenho da história, o país conquistou 123 medalhas em Santo Domingo.
Chamado de "pé-quente" por Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, Lula aproveitou o discurso para pedir que os atletas e toda a sociedade participassem da democratização de oportunidades esportivas para os pobres.
O presidente também disse que quer "desafiar" empresas públicas e privadas a patrocinar atletas.
Lula ressaltou que seu governo vê o esporte como uma alternativa para que crianças e jovens "não caiam na criminalidade e no narcotráfico". Nessa linha, criticou as escolas brasileiras que são "castelos de cimento armado" e elogiou a prefeita Marta Suplicy (PT) pela intenção de criar, em bairros pobres, Centros de Ensino Unificado com infra-estrutura esportiva.
Lula pediu a Agnelo Queiroz que abra, durante a semana, os clubes ligados a órgãos públicos em Brasília -geralmente mantidos pelos respectivos funcionários- para as crianças que "nascem e morrem sem a oportunidade de dar um mergulho numa piscina". O Ministério do Esporte já possuiu um projeto de abrir os clubes sociais à população.
"No Brasil, as pessoas pensam que tudo depende do Estado. O Estado também tem limites. Veja quantos clubes espalhados por esse Brasil a fora ficam fechados de segunda a sexta. Vamos abrir isso para a sociedade carente."
O presidente disse que, quando era criança, a falta de espaço esportivo não era problema porque se fazia um campo de futebol em qualquer esquina. "Na nossa infância, por mais pobre que nós fossemos, nós tínhamos um mundo aos nossos pés."


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