São Paulo, quinta-feira, 23 de agosto de 2007

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doce regresso

Ronaldinho contraria e ajuda Dunga

Após fracasso de preferidos do técnico, atleta do Barcelona entra e vira protagonista da vitória da seleção sobre a Argélia

Brasil 2
Argélia 0

Guillaume Horcajuelo/Efe
Entre Kléber e Vágner Love, Ronaldinho comemora seu gol, o segundo da seleção brasileira no triunfo sobre a Argélia na França


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A MONTPELLIER

Por "decreto", Dunga criou um capitão inexperiente, um camisa 10 pouco habilidoso e um time sem ídolos no amistoso de ontem, na França, da seleção brasileira contra a Argélia.
Nos 45 minutos iniciais, as criações foram um fiasco, e o Brasil passou sufoco para segurar o empate contra os africanos, que ocupam apenas o 77º lugar no ranking da Fifa.
Foi então a vez de Ronaldinho, a antítese das idéias de Dunga para o jogo, salvar o Brasil de um grande vexame.
Ele fez o cruzamento para o primeiro gol, marcado pelo lateral-direito Maicon de cabeça, e fez o segundo do triunfo por 2 a 0 -e ainda foi responsável por passes precisos, que colocaram colegas na cara do gol.
"É bom começar uma nova etapa dessa forma", disse o barcelonista, que vestiu a camisa 20, enquanto o número com que ama jogar (10) era envergado por Júlio Baptista, que teve atuação discreta e não voltou para o segundo tempo.
Ronaldinho, o jogador convocado para o amistoso com mais partidas pela seleção (81), terminou a partida com a faixa de capitão, que começou o jogo no braço de Robinho.
O atacante do Real Madrid não repetiu as performances da Copa América, quando foi o artilheiro da competição. Ele disse que não sentiu a responsabilidade. "Fui o mesmo Robinho de sempre." Dunga também defendeu sua escolha. "Não é porque ele é brincalhão que não pode ser o capitão", disse.
Ronaldinho ainda mudou em boa parte o ambiente hostil que a seleção enfrentou em um estádio onde a grande maioria dos torcedores era da Argélia.
Até o Hino Nacional foi vaiado. Aplausos só quando o jogador do Barcelona e Kaká, outra estrela que entrou no segundo tempo, foram anunciados.
Antes, até parecia que Ronaldinho não atuaria, porque, ao contrário dos companheiros de banco, entrou no gramado com camisa de treino. "Era para não suar a do jogo", comentou o barcelonista, que cobrou o escanteio que acabou no tento de Maicon e fez o seu em chute rasteiro depois de rebote do goleiro em finalização de Diego.
De início, Dunga minimizou o efeito da entrada de Ronaldinho e Kaká. "Eles entraram bem, assim como o Fernando, o Lucas e o Diego." O treinador também afirmou que seu time foi melhor no segundo tempo porque a Argélia ficou cansada. Mas terminou defendendo Ronaldinho das acusações de que ele não rende com a camisa da seleção como no Barcelona.
"No Brasil, a gente só vê as boas jogadas dele, não a partida inteira. E as pessoas sempre acham que ele vai fazer algo excepcional, mas isso nem sempre é possível", explicou Dunga, que hoje faz a convocação para os amistosos contra EUA e México, os últimos antes da estréia, em outubro, nas eliminatórias para o Mundial de 2010.

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