|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
No bi, Alonso "some" e desabafa
Espanhol quase não foi visto antes da prova, correu para o gasto e foi embora logo após ganhar título
Piloto, que não ultrapassou ninguém para chegar em 2º, diz que estava obcecado só em marcar o ponto que precisava para ganhar a taça
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao longo do dia em que se
tornou bicampeão, o espanhol
Fernando Alonso optou pela
discrição. Quase não foi visto
no paddock, não fez ultrapassagem na prova e terminou dizendo que viajaria no mesmo
dia. Nas declarações, não escondeu o tom de desabafo.
"Aprendi hoje que sempre se
deve fazer um jogo, porque o
tempo coloca cada um em seu
lugar", disse Alonso, 25, referindo-se às punições que sofreu
nos GPs de Itália e Hungria: a
primeira imposta por desrespeitar sinalização num treino, a
segunda, por fechar Felipe
Massa. "Foram injustas."
Nas respostas, o piloto, que
dirigirá pela McLaren em 2007,
parecia ainda obcecado em obter o único ponto que lhe faltava para consolidar o Mundial.
"Estava concentrado só em
pontuar. Então não forcei muito o carro. O único perigo foi
Jenson [Button], mas, se ele tivesse chegado mais perto, eu o
deixaria passar, já que o terceiro lugar também estava bom."
Em Interlagos, Alonso, que
largou em quarto, jogou para o
gasto. Herdou a posição de Jarno Trulli, que abandonou, e ganhou o segundo lugar quando
Kimi Raikkonen foi aos boxes.
Segundo ele, foi uma corrida
fácil, ainda mais depois que a
equipe o informou que Schumacher estava em 19º. "Vi
quando ele foi aos boxes, mas
só soube o que ocorreu três voltas depois. Não me importava o
resultado dele, e sim o meu."
Mesmo assim, mostrou respeito ao alemão. "Ter ganhado
dois Mundiais enquanto Michael ainda estava na pista torna tudo isso mais valioso."
Para ele, o resultado no GP
Brasil o fez sair pela porta principal da escuderia de Flavio
Briatore. Recordou a vitória no
GP da Espanha como o momento mais inesquecível desta
temporada e dedicou o campeonato aos seus compatriotas.
"Sempre tive apoio, mas no
começo do ano é sempre fácil
ter apoio. Quando as coisas ficaram difíceis para nós e a vantagem que tínhamos desapareceu, eles dobraram o apoio."
De seu círculo íntimo, tinha à
sua espera só a namorada, a
cantora Raquel del Rosario, e
Luis Abad, seu empresário.
Mais tarde, foi ao paddock com
a bandeira espanhola e seguiu
às dependências da Renault,
onde deu mais entrevistas.
Antes, Alonso só tinha sido
visto quando chegou a Interlagos e quando foi saudar a torcida paulistana na pista, antes da
disputa. Optou por não fazer
média com os fãs, enquanto alguns pilotos, entre eles Schumacher, exibiam a bandeira
brasileira. Festejar no Brasil?
"Não. Viajo hoje mesmo."
Por ora, Alonso contou que
planeja visitar pela última vez
as sedes da Renault na Inglaterra e na França antes de descansar em sua casa, na região das
Astúrias (norte da Espanha).
Texto Anterior: Após altos e baixos, França da F-1 festeja Próximo Texto: Novo piloto da McLaren prevê desafio Índice
|