São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MOTOR

O ano de Barrichello


Enquanto concorrentes se mexem, brasileiro segue em silêncio, talvez porque não saiba como será seu 2009

FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

NA MAIS risonha das hipóteses, há quatro vagas na F-1 para 2009. Na mais pessimista, nenhuma. A coluna fica nem lá nem cá: uma, na ex-Honda, que deve alinhar no grid de Melbourne bancada por Ecclestone e por uma "vaquinha" entre as principais equipes.
(Para todos, uma categoria com apenas 18 carros seria péssimo negócio. A Mercedes já acertou o fornecimento de motores, a FOM deve ajudar com os fretes e por aí vai...) E é esta vaga a única chance de Barrichello prolongar a carreira na F-1, ampliar o recorde de GPs, colocar em ação o que definiu em Interlagos como "a força de meu lado físico, da velocidade e da experiência".
Mas ele está sumido.
Enquanto Bruno luta pelo cockpit com apoio de Dennis -velho amigo da família, empenhado em obter um desconto nos motores alemães em troca de sua contratação-, enquanto Bourdais está em vias de ser confirmado pela Toro Rosso, enquanto a Force India caminha para a confirmação oficial de Fisichella e Sutil, Barrichello não aparece nas conversas sobre mercado há semanas.
Passou a virada de ano em Orlando, continua nos EUA, não responde a pedidos de entrevista. Há quem ache que ele está de malas prontas para morar na Flórida, houve um leve zunzunzum sobre 24 Horas de Daytona, comentários sobre possíveis planos com Kanaan e Gil... Enfim, ninguém no meio sabe muito. Talvez porque ele ainda não saiba.
O 2009 de Barrichello depende do destino do espólio da Honda.
Se Fry continuar no comando, o que é o mais provável, a vaga irá para qualquer um menos para ele -nos bastidores, dirigente e piloto passaram a última temporada se espinafrando. A chance do brasileiro está diretamente ligada a uma mudança de comando aliada a alguma simpatia pessoal, já que os seis anos de subserviência na Ferrari aniquilaram seus patrocinadores pessoais.
Sintomático, a Wikipedia "aposentou" o piloto nesta semana: "Rubens Gonçalves Barrichello (São Paulo, 23 de maio de 1972) foi um piloto brasileiro de F-1". Consertou.
Mas não sei se estava errado.

TRISTE FIM
A Petrobras havia condicionado sua permanência na F-1 à compra da Honda por outra montadora. O que, está claro agora, não vai acontecer. Assim, embora não tenha feito nenhum anúncio oficial, a empresa está fora da F-1 em 2009. E terminou assim, com um quê de melancolia, um bem-sucedido projeto de dez anos. 2010? É possível, mas ainda está muito longe.

ALERTA
Limitação do número de mecânicos nos boxes, menos engenheiros no pit wall, programação mais enxuta, com os treinos começando no sábado. A Stock Car estuda mudanças para tentar driblar a crise.

fabio.seixas@grupofolha.com.br


Texto Anterior: Copa São Paulo: Pênalti derruba São Paulo e leva Corinthians à decisão
Próximo Texto: José Geraldo Couto: Um lugar e todos os tempos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.