FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Invenção interessante essa, o e-mail. Como o celular, oras é amado, oras, detestado. Às vezes nos faz perder tempo, outras, nos economiza suor. Não sei se já houve um censo mundial sobre o assunto, mas minha impressão é que, hoje, há muito mais endereços de e-mail do que gente.
Bush, além do oficial, deve ter, sei lá, um hotmail. Bin Laden, um yahoo ou um aljazeera ponto com e por aí vai. Seria bacana, aliás, que eles se teclassem -já pensou os dois, no messenger, trocando tchauzinhos por suas webcams?
Cesar Maia tem pelo menos três endereços de e-mail. Estão no Google. Bernie Ecclestone, que eu saiba, um só. Nos últimos dias, parte por dever profissional, mais por curiosidade em ver se receberia resposta, escrevi para ambos.
"A data aberta para a F-1 é 17 de setembro e até lá, segundo previsões da própria prefeitura, Jacarepaguá deve estar em obras para receber o Pan. Como o senhor planeja promover uma corrida num local em obras?", perguntei ao prefeito do Rio, num dos seus e-mails que encontrei na internet.
Duas horas e 18 minutos depois, o reply: "A equação é simples. Exatamente porque vamos começar as obras é que podemos intervir e viabilizar o evento. Formalizamos e o secretário Ruy Cezar esteve em SP com os promotores e enviou carta ao sr. Ecclestone".
Opa, um contato rápido e sem burocracias com o prefeito de uma das grandes cidades do país?
Estranhei, mas gostei. E retruquei: "O senhor poderia explicar o que significa "intervir e viabilizar o evento'? Significa atrasar o cronograma das obras do Pan? Ou mudar o local dessas obras? Desculpe, mas ainda não entendi como, num mesmo local, o senhor pretende fazer um GP de F-1 e as obras para um Pan-Americano".
Dessa vez a resposta veio mais rápida, em 17 minutos. E, talvez por isso, incompreensível: "Ao contrário. Significa tornar as obras sincronizadas com o evento. Lembro que o evento, depois de tudo pronto, dura quatro dias. Que o que entram são boxes, camarotes e área de imprensa. E que tudo pode ser feito num espaço não-conflitante com as obras".
Fiquei nessa questão do "depois de pronto". Porque o problema não são os quatro dias. O busílis, como gosta de dizer o vizinho Xico Sá, é o ficar pronto. Interlagos fecha um mês antes da corrida justamente para isso, se aprontar.
Era a hora de testar o e-mail de Ecclestone. Mandei cinco perguntas. "O senhor recebeu a carta da Prefeitura do Rio oficializando a candidatura? A proposta do sr. Maia é viável? Qual é a opinião da FOM sobre as obras em Jacarepaguá? Haverá algum substituto para o GP da Bélgica? Outros países já formalizaram interesse?"
O inglês é daqueles sujeitos à moda antiga. Demorou oito dias, enviou um vírus junto ao e-mail, mas também respondeu. Ótimo. Na mesma ordem das questões: "Sim. Não. Como a gente não vai correr lá, prefiro não comentar. Não estamos procurando preencher aquela data. Sim, recebemos outras propostas. Bernie".
Expus essa posição da FOM num e-mail ao prefeito. Dessa vez não recebi nenhuma resposta.
É... Invenção interessante essa.

Vai começar...
Raikkonen teria recusado oferta da McLaren. Teria. O que indicaria sua ida para a Ferrari. Na vaga de Schumacher, que pararia. Será assim o ano. No condicional. Até que confirmem o que todos já sabem.

...vai começar...
Em Paul Ricard, terminou ontem a primeira bateria de testes da GP2, que terá slicks em 2006. Hamilton, com os dois pés na McLaren, foi o mais rápido dos dois dias. Os três brasileiros foram top ten: Nelsinho ficou no terceiro lugar, Di Grassi foi o nono, e Xandinho, o décimo.

...começou!
De Barrichello ao site da "Autosport": "No momento, estamos no páreo com a Renault". E depois é a imprensa que pega no pé.

E-mail fseixas@folhasp.com.br


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