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Ministro fala em 8 sedes na Copa e depois recua
Mundial no Brasil pode ter corte de até 4 cidades por atraso, diz Orlando Silva Jr.
ANDRÉ LOBATO
ENVIADO ESPECIAL A
COMANDATUBA (BA)
O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., afirmou ontem
que podem ser excluídas até 4
das 12 cidades-sedes da Copa
de 2014 por conta de atrasos
nos projetos dos estádios. Assim, o Mundial no Brasil passaria a ter só oito sedes.
Horas mais tarde, no entanto, diante da repercussão das
declarações de seu titular, o ministério divulgou nota oficial
em que nega haver plano do governo federal para reduzir as
sedes. E afirma não ter responsabilidade sobre o assunto.
Mas, durante fórum de empresários na Bahia, Silva Jr. tratou do tema sem ressalvas.
"Possibilidade de exclusão
[de sede] sempre existe. Insisto: o plano da Fifa era construir
em oito cidades. Nós é que insistimos para que fossem 12",
disse Silva Jr., que afirmou que
o ministério não trabalha com a
mudança de cenário agora.
"Não há plano B do governo
federal para reduzir o número
de cidades-sedes da Copa do
Mundo-2014. Estádios é assunto entre as cidades, os Estados e
a Fifa", disse mais tarde o Ministério do Esporte, em nota.
É a Fifa que tem a prerrogativa de escolher e cortar sedes do
Mundial pelas regras dos contratos assinados pelo Brasil.
Para Silva Jr., será importante observar o andamento das
obras no dia 3 de maio, prazo
máximo da entidade para o início das reformas. Mas ele disse
que o caso de cada estádio será
analisado em separado.
A primeira data era o início
de março, mas foi postergada
porque a maioria tinha feito
pouca coisa ou nada.
Entre os estádios com problemas, está o Morumbi, com o
projeto ainda criticado pela Fifa e sob fogo da CBF.
"Não há plano B em São Paulo. O único plano de São Paulo é
o Morumbi como sede dos jogos da Copa. O que tem que ser
feito é cumprir os critérios da
Fifa. Insisto: em São Paulo, não
há plano B. É o Morumbi e ponto final. Quem disse isso foi o
Estado, a prefeitura", afirmou o
ministro, que elogiou São Paulo
por ter um projeto privado.
A lista das cidades com problemas para cumprir a data da
Fifa inclui Natal, Salvador e Rio
de Janeiro, caso mais grave por
ser indicado para a final.
A entidade máxima do futebol mundial pediu a revisão do
projeto do estádio carioca, cuja
licitação teve de ser adiada.
Na primeira data da entidade, operários trabalharam no
Maracanã só para serem vistos
por jornalistas e foram dispensados logo em seguida.
Em Salvador, a licitação para
obras da Fonte Nova enfrenta
problemas judiciais e terá que
ser refeita. Mas o ministro disse que a cidade já avançou no
acordo com o BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) para o financiamento da obra.
Em Natal, há problemas justamente para obter o dinheiro
para construir a Arena das Dunas, disse o senador Garibaldi
Alves (PMDB-RN), que pediu
uma revisão do prazo. O ministro prometeu analisar.
No geral, Silva Jr. eximiu-se
dos problemas de atrasos das
obras nos estádios por serem
tarefa dos Estados e dos municípios. Segundo ele, a União fez
sua parte ao abrir uma linha de
financiamento às arenas.
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