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Tietagem dribla segurança e aperta jogadores
DOS ENVIADOS A SAITAMA
A torcida está ao lado, aliás bem
ao lado, da seleção brasileira às
vésperas das semifinais da Copa.
Ontem, pela primeira vez o Brasil treinou com portões abertos
para os torcedores. E a festa não
ficou limitada ao acanhado estádio de Omiya. No hotel em que está a seleção em Saitama, dezenas
de torcedores ocuparam o lobby e
até andares superiores.
Logo pela manhã, várias camisas amarelas circulavam dentro e
fora do hotel. A segurança funcionou apenas para a minoria.
""Viemos em um grupo de umas
dez pessoas. Só alguns não conseguiram entrar. Quando a segurança tenta nos tirar vamos até o
sétimo andar e ficamos na academia", disse Yuri Kojima, 23, torcedora que usava roupa colante
com bandeira do Brasil.
""Se precisar de massagem, gelo,
estou à disposição", completou.
Telma Sakamoto, 26, que trabalha na Sony como Kojima, disse
que estava pronta para ""tudo"
por um contato com os jogadores
da seleção. ""Estou quase fazendo
aquelas loucuras que aparecem
no "Fantástico". Vou falar que sou
camareira para entrar em um dos
quartos", disse ela.
Na caça a famosos, fãs ovacionaram, aplaudiram, tiraram fotos
e pediram seguidos autógrafos a
Fátima Bernardes, apresentadora
da TV Globo, por exemplo.
Quando Roque Júnior desceu
ao saguão por alguns segundos,
foi cercado por um batalhão de
torcedores e depois teve dificuldades para voltar ao seu quarto.
Até mercado negro funcionou
no hotel da equipe. Dois irmãos
de Maceió, Fernando e Ademar
Teixeira, 40 e 55, respectivamente,
trouxeram cerca de 200 camisas
""piratas" da seleção para vender
no Japão. ""O lugar em que mais
vendemos foi no hotel", disseram
os irmãos, que contaram ter negociado 23 camisas em apenas
três horas no hotel do time.
Wilson Ribeiro, 46, encanador
no Rio e vendedor ambulante em
Copas -já está em seu sexto
Mundial-, vendeu até fotos, em
especial de Kaká. ""Trouxe 500 fotos. Restaram só quatro. Mas o
produto que mais vende aqui é a
bandeira do Brasil", disse.
Duas jovens modelos brasileiras
que trabalham em Tóquio e que
engrossaram ontem a multidão
de fãs da equipe nacional atraíram especial atenção.
No estádio de Omiya, centenas
de torcedores puderam não só ver
como chamar a atenção dos atletas com gritos e apupos, apesar de
os policiais japoneses tentarem
controlar a euforia deles.
""Por nós, sempre os torcedores
veriam os treinos da seleção.
Amanhã [hoje", o treinamento
deverá ser aberto para eles também. É uma decisão do grupo. A
restrição era uma coisa dos japoneses", disse Rodrigo Paiva, assessor de imprensa da seleção.
A maior proximidade com torcedores na reta final da Copa já denota um clima de oba-oba. E o otimismo exagerado já derrubou o Brasil em outros Mundiais.(FV, FM, JAB, RBU E SR)
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