São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2010

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FOCO

Americano já "mata" trabalho por jogo, mas tenta entendê-lo

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

Mesmo sem entender todas as regras do futebol, os americanos já aprenderam a torcer -com vuvuzelas, jatos de cerveja em direção ao teto, bandeiras amarradas às costas e muitos, muitos gritos.
Ontem, em Nova York, a Folha acompanhou a partida dos americanos em um bar onde, num andar, assistia-se ao jogo da Inglaterra ante a Eslovênia; em outro, ao dos EUA contra a Argélia.
Minutos após o início do jogo, às 10h locais, o pub na região da Union Square havia atingido a capacidade máxima. Mas o americano pode parar de trabalhar para ver a Copa, como no Brasil?
"Não, eles arrumam um jeito de sair. Alguns dizem que estão doentes", diz o torcedor e estudante Patrick Baude, 29. Ele se disse "satisfeito" com a classificação do país, ontem, mas não espera que passe do próximo jogo.
Nenhum dos torcedores com quem a reportagem conversou pensa diferente. Para o consultor Christian Meola, 29, que tirou o dia de folga para ver a partida, será um sinal de "muito sucesso" os EUA chegarem às quartas. "Passar da primeira fase era obrigatório, para o time não ser considerado fracasso."
Agora, independentemente do placar contra Gana, a torcida se considera feliz.
Apesar da festa no bar e, mais tarde, nas ruas, nem todos os torcedores dos EUA parecem entender o jogo.
No gol dos EUA incorretamente anulado no primeiro tempo, mais de um minuto de festa se passou antes de a maior parte da torcida notar que árbitro não o validou. O impedimento gerou expressões de interrogação.
Para Meola, os americanos, acostumados a esportes mais ágeis e violentos, como o futebol americano e o hóquei, não entendem o "ritmo" e a "arte" do soccer. O empate deixa os americanos impacientes, "pedindo para o time avançar e marcar".
O consultor Meola acompanha o esporte há "uns cinco anos", mas se diz incapaz de dizer se Pelé merece o título de melhor do mundo. Mesmo assim, concorda que o soccer está crescendo nos EUA, principalmente nos Estados com mais imigrantes.


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