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FOCO
Americano já "mata" trabalho por jogo, mas tenta entendê-lo
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
Mesmo sem entender todas as regras do futebol, os
americanos já aprenderam a
torcer -com vuvuzelas, jatos
de cerveja em direção ao teto,
bandeiras amarradas às costas e muitos, muitos gritos.
Ontem, em Nova York, a
Folha acompanhou a partida dos americanos em um
bar onde, num andar, assistia-se ao jogo da Inglaterra
ante a Eslovênia; em outro,
ao dos EUA contra a Argélia.
Minutos após o início do
jogo, às 10h locais, o pub na
região da Union Square havia atingido a capacidade
máxima. Mas o americano
pode parar de trabalhar para
ver a Copa, como no Brasil?
"Não, eles arrumam um
jeito de sair. Alguns dizem
que estão doentes", diz o torcedor e estudante Patrick
Baude, 29. Ele se disse "satisfeito" com a classificação do
país, ontem, mas não espera
que passe do próximo jogo.
Nenhum dos torcedores
com quem a reportagem conversou pensa diferente. Para
o consultor Christian Meola,
29, que tirou o dia de folga
para ver a partida, será um
sinal de "muito sucesso" os
EUA chegarem às quartas.
"Passar da primeira fase era
obrigatório, para o time não
ser considerado fracasso."
Agora, independentemente do placar contra Gana, a
torcida se considera feliz.
Apesar da festa no bar e,
mais tarde, nas ruas, nem todos os torcedores dos EUA
parecem entender o jogo.
No gol dos EUA incorretamente anulado no primeiro
tempo, mais de um minuto
de festa se passou antes de a
maior parte da torcida notar
que árbitro não o validou. O
impedimento gerou expressões de interrogação.
Para Meola, os americanos, acostumados a esportes
mais ágeis e violentos, como
o futebol americano e o hóquei, não entendem o "ritmo" e a "arte" do soccer. O
empate deixa os americanos
impacientes, "pedindo para
o time avançar e marcar".
O consultor Meola acompanha o esporte há "uns cinco anos", mas se diz incapaz
de dizer se Pelé merece o título de melhor do mundo.
Mesmo assim, concorda que
o soccer está crescendo nos
EUA, principalmente nos Estados com mais imigrantes.
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