São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

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Clássico exibe técnicos sob a mira de fogo amigo

No Santos, Cuca é contestado; no Palmeiras, conduta de Luxemburgo causa mal-estar

Jogo desta noite marca o encontro dos treinadores após saia justa criada por telefonema de palmeirense para o presidente santista


Ricardo Nogueira/Folha Imagem
O meia chileno Valdivia, que não vem tendo atuações destacadas pelo Palmeiras neste Brasileiro, tem sua imagem refletida na sala de musculação do CT do clube

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO VIEL
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Palmeiras e Santos jogam hoje, às 20h30, com algo em comum em seus bancos. Com currículos e temperamentos distintos, Vanderlei Luxemburgo e Cuca alimentam seus críticos, cada um à sua maneira.
O pentacampeão brasileiro Luxemburgo não enfrenta resistência interna, ao contrário de Cuca, que chegou a entregar o cargo ao presidente Marcelo Teixeira em meio à chuva de críticas de dirigentes contrários à sua permanência na Vila.
Mas invariavelmente irrita seus próprios aliados, principalmente quando entram em pauta as supostas propostas recebidas de outras agremiações.
Após a derrota para o Sport, no dia 8 de junho, o site Muda Palmeiras, movimento formado pela situação do clube, criticou a postura do treinador, dizendo que suas declarações "ambíguas" deixavam no ar a possibilidade de um rompimento de contrato. Àquela altura, falava-se em interesses do Lyon, da França, e da seleção mexicana no treinador.
Atualmente, fora o problema mais emergencial do Palmeiras (os dez jogadores suspensos ou contundidos que não estarão à disposição para o clássico), o técnico palmeirense também tenta apagar um incêndio iniciado por ele na semana passada, quando, segundo relato seu, ligou para o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, e aconselhou o dirigente a manter Cuca no comando do rival.
Questionado sobre o assunto, Teixeira confirmou o telefonema, mas disse não se lembrar do diálogo sobre a permanência de Cuca. Há no Santos quem duvide que o pedido ocorreu.
A polêmica tivera início dias antes, quando Luxemburgo se irritou com as perguntas dos jornalistas sobre os problemas da equipe apresentados na derrota para o São Paulo e comparou a situação com a vivida na Vila Belmiro. "Parece que estamos como o Santos", declarou. Depois, pediu desculpas e afirmou que foi mal entendido.
Ontem, Luxemburgo alegou uma indisposição para não falar com a imprensa, o que normalmente acontece em véspera de jogo. Seu assessor, Luiz Lombardi, negou que o fato estivesse atrelado a Cuca.
Do lado santista, a fumaça tem motivo mais palpável. Há nove rodadas na zona do rebaixamento, Cuca tenta ganhar sobrevida e convencer a diretoria de que não ter aceito seu pedido de demissão foi o correto.
Contestado por parte dos conselheiros, o técnico ainda luta para tentar dar corpo a um time desprovido de estrelas.
Logo no início, foi questionado sobre a "terra arrasada" que Leão, seu antecessor, dizia ter encontrado após a saída de Luxemburgo, e respondeu: "A terra aqui é boa. Se plantar direito, dá frutos". Nos últimos dias, no entanto, o discurso do comandante santista mudou. "Não imaginava que encontraria tantas dificuldades", tem dito.


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