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São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003

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O PERSONAGEM

Lugano, 7 jogos como titular, já almeja seleção

DA REPORTAGEM LOCAL

Apenas sete jogos como titular do São Paulo bastaram para o zagueiro Diego Lugano, 22, reivindicar um lugar na seleção uruguaia, que começa, no dia 7 de setembro, a buscar nas eliminatórias sul-americanas uma vaga na Copa de 2006.
"É um sonho e uma meta minha. O futebol brasileiro dá muito prestígio. Se eu fizer bem as coisas aqui no São Paulo, como acho que estou fazendo, chegarei à seleção", afirmou ele, que mede 1,88 m.
Contratado em abril sem o aval de Oswaldo de Oliveira, treinador são-paulino na época, Lugano teve de suportar as pressões por ter sido indicado pelo presidente do clube, Marcelo Portugal Gouvêa.
A decisão do dirigente, que passou por cima do técnico -Oliveira nunca ouvira falar do defensor, que era reserva do Nacional uruguaio-, provocou muitas críticas da oposição no clube. Lugano deu de ombros para a crise política que sua chegada desatou.
"Não conheço a oposição, e isso não me interessa. Do São Paulo, conheço meus companheiros, a concentração e a cozinha do clube. Não quero falar sobre isso", desconversou.
Com Rojas no comando, a situação mudou. Antes nem relacionado para o banco de reservas, o zagueiro passou a ser aproveitado aos poucos e, há quatro jogos, desfruta a condição de titular absoluto.
Sentimento de latinidade de Rojas? Pelas palavras do chileno, não. Puro mérito. "Eu quero que o Lugano sirva de exemplo. Ele estava desacreditado e hoje está aí, como titular", disse o treinador são-paulino.
Sorridente, o uruguaio diz que ainda está em fase de adaptação. Apesar de considerar que "o futebol é igual em todos os países", admite que os atacantes brasileiros lhe dão mais trabalho do que aqueles que estava acostumado a enfrentar em Montevidéu.
"Não sei se são melhores ou piores [que os uruguaios], mas diferentes. Aqui a bola chega bem melhor aos atacantes. No Uruguai, tem mais briga, mais posicionamento."
A confiança de Lugano está extrapolando os limites do campo. Sexta-feira, após conversar com os jornalistas num portunhol bem arrastado, indagou: "Vocês me entenderam bem melhor hoje, não?". (AD)


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