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São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003

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Sem Liedson, Geninho aposta alto

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

É pelo alto que o técnico Geninho, do Corinthians, espera amenizar hoje a pressão da torcida do clube para tirá-lo do cargo.
Contra o Internacional, no Pacaembu, às 18h, o treinador quer que o time volte a usar a cabeça. Essa foi a forma com a qual a equipe marcou 33% de seus 42 gols neste Brasileiro.
O Corinthians, aliás, é o time que mais marcou de cabeça no campeonato: foram 14. Mas a fonte secou. Há sete partidas que a equipe não faz gols dessa maneira. A última vez que isso ocorreu foi contra o Grêmio, com o gol de Abuda na vitória por 1 a 0.
Por isso, Geninho utilizou a maior parte do treinamento de anteontem cruzando bolas na área para seus atletas.
"Está havendo empenho. O aproveitamento é que não tem sido dos melhores. Estamos com um período curto para trabalhos específicos, por isso estamos pecando nos fundamentos", disse o treinador, que também fez seus comandados chutarem a gol.
Os erros de finalização, na opinião de Geninho, impediram o Corinthians de sair com duas vitórias em casa, contra Figueirense e Vasco. Nesse aspecto, ele tem razão: o Corinthians acerta somente 37,9% das finalizações -nos últimos sete confrontos em casa, não conseguiu marcar mais do que um gol por partida.
"A situação está difícil. Está faltando um pouco mais de tranqüilidade na hora de finalizar os lances", avaliou o capitão Rogério, que ontem se machucou e está fora do jogo de hoje.
Para piorar, o Corinthians não terá Liedson, seu artilheiro, contra os gaúchos. O atacante deve se transferir para o Sporting, de Lisboa. O Corinthians só aguarda o envio, por fax, da proposta dos portugueses para saber qual é sua porcentagem pela venda do atacante e, assim, liberá-lo.
Além da falta de gols do time, Geninho terá hoje a desagradável missão de convencer os torcedores a apoiá-lo. O treinador, que perdeu o respaldo da Gaviões da Fiel após o empate com o Vasco, foi hostilizado por integrantes da organizada no Pacaembu.
O presidente da torcida, Ronaldo Pinto, chegou a dizer que Geninho poderia ser substituído por um cone. "Seria a mesma coisa."
Hoje, a Gaviões promete realizar um protesto pela saída do técnico ao final da partida.
O treinador foi diplomático ao comentar a ira dos torcedores contra ele. "Eles têm o direito de protestar. Até agora, a Gaviões sempre nos apoiou, e eu respeito a opinião deles. O que eu não posso fazer é deixar isso atrapalhar meu trabalho", afirmou o técnico, que disse preferir que a pressão da torcida recaia sobre ele. "Enquanto for pára-raio do grupo, melhor. Assim o time joga tranquilo, até porque eles resolvem dentro de campo, e vitória acaba com crise."


NA TV - Sportv, às 18h, ao vivo (menos para São Paulo)


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