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São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003

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Até vento é critério para parceria

DA REPORTAGEM LOCAL

A energia dos ventos no iatismo. A rapidez das piscinas. A jovialidade do vôlei. A cara popular do atletismo. Para as estatais brasileiras que investem no esporte, a escolha por cada modalidade segue critérios "mercadológicos".
As empresas querem associar suas marcas, segundo elas próprias, a esportes e atletas que tenham a ver com seus perfis de atuação. "A Caixa decidiu patrocinar um esporte completo e que abrange todas as pessoas, não importando a raça, o credo e a condição social", diz Jorge Mattoso, presidente do banco federal, sobre a opção pelo atletismo.
Segundo seus executivos, por atuar em um nicho de mercado mais popular, a Caixa não queria ligar seu nome a modalidades identificadas com a elite, como iatismo ou hipismo. O atletismo seria a "cara da Caixa" por também ser esporte de caráter popular.
Em outros casos, fatores mais inusitados foram considerados.
Na busca para ser reconhecida como uma empresa atuando em vários setores de geração de energia, e não só na área de petróleo, a Petrobras viu potencial no iatismo e no handebol para isso.
Segundo a empresa, a maior do país, os ventos que movem a vela e o vigor dos atletas do handebol são perfeitos para o atual plano de marketing da companhia.
"Vento gera energia, e o ser humano também é energia", explica Gilberto Garcia, diretor de planejamento e atendimento da Contemporânea, uma das agências de publicidade da Petrobras.
No caso do iatismo, ainda existiria outro fator para o patrocínio. "Os maiores campos de produção da Petrobras estão no mar", diz Claudio Thompson, coordenador de patrocínios esportivos da empresa, que, coincidência ou não, passou a investir na modalidade e em esportes como surfe pouco depois de provocar uma série de desastres ambientais.
Para os Correios, as características dos esportes aquáticos, especialmente a natação, justificam o investimento de R$ 5 milhões por ano. Segundo a empresa, a velocidade das provas nas piscinas é comparável à rapidez com que cartas e encomendas chegam às casas dos consumidores.
Já o Banco do Brasil apostou no vôlei e no tênis -onde concentra os gastos na figura de Gustavo Kuerten- para rejuvenescer sua imagem, que, segundo os executivos da instituição, estaria envelhecendo rapidamente. (PC)


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