São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2008

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Saque eficiente arma paredão intransponível

DOS ENVIADOS A PEQUIM

Logo no início da decisão, a postura do time brasileiro na quadra já transmitia a sensação de que jogava sem medo, sem fantasmas do passado, como o da derrota sofrida na última Olimpíada, há quatro anos, para a Rússia na semifinal.
Começou com tanta segurança a partida que dominou o adversário. O time estava sacando muito bem, o que facilitava o bloqueio -foram 16 no jogo, contra 5 dos EUA.
Na Olimpíada de Pequim, as brasileiras tiveram o melhor desempenho nas estatísticas de bloqueio, com quatro acertos por set no fundamento.
"A tática [das americanas] era tirar a Mari do jogo [sacando na ponteira]. Mas treinamos para jogar com o passe quebrado contra o bloqueio delas", declarou o técnico Zé Roberto.
Mari era dona do melhor passe do torneio até a final. E não se importou em ser alvo. "É coisa do jogo. Estava preparada para tudo. A Paula e a Fabi [outras que são responsáveis pela recepção] também."
Na derrota para a Rússia em Atenas, Mari foi criticada, redimindo-se ontem. "Essa medalha não tem preço. Ninguém tem nada para falar".
No quarto set da final, nervoso, Zé Roberto chegou a imaginar como seria em caso de tie-break. "Com a entrada da [levantadora reserva] Berg, elas passaram a fazer a "china" [jogada em que a atacante passa por trás da levantadora para atacar], criando dificuldades."
O temor de Zé Roberto não passou pela cabeça das jogadoras. A central Walewska sentiu frio na barriga só quando ouviu o Hino Nacional no pódio. "Sabíamos que a perda do segundo set foi porque nós jogamos mal, não que elas estivessem bem. Dependia só da gente. Nosso grupo é muito regular."
Esse foi o discurso de praticamente todas as jogadoras. Em 25 sets no torneio, o Brasil perdeu apenas um. (EA E ML)


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