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São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 2003

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GINÁSTICA RÍTMICA

Em Budapeste, atletas tentam alcançar vagas individuais e no conjunto, manter verba e quebrar jejum

Brasil vai para o tudo ou nada no Mundial

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Tudo ou nada. A partir de hoje, o Brasil inicia sua participação no Mundial de ginástica rítmica colocando em jogo a vaga olímpica, verbas do COI e a sequência do planejamento para 2004.
Além disso, em Budapeste, o país tenta quebrar dois jejuns: o de estar fora das disputas individuais dos Jogos Olímpicos há 12 anos e o de nunca ter conquistado a vaga do conjunto em Mundiais.
Para o primeiro desafio, estarão em ação hoje e amanhã, no ginásio do Palácio dos Esportes, Tayanne Mantovaneli, Larissa Barata e Mônica Rizzo.
Elas competirão em meio a 131 ginastas de 49 países no individual geral. E buscarão, ao final dos quatro aparelhos (arco, bola, maças e fita), uma colocação entre as 20 melhores, o que garante vaga nos Jogos de Atenas-2004.
Caso obtenham lugar na Olimpíada, Tayanne, Larissa e Mônica quebrarão um jejum que se arrasta desde Barcelona-92, quando Marta Schonharst obteve o 41º lugar entre as 43 participantes.
Em comum, as três atletas, além da mesma idade (16 anos), evidenciam o fato de estrearem em Mundiais. Tayanne e Larissa defendem ainda na 26ª edição do torneio parte de seu sustento. Isso porque, sem a vaga, elas irão perder os US$ 500 mensais que recebem do COI por meio do programa Solidariedade Olímpica.
Das três, quem sofrerá mais será Tayanne, que ganhou a primeira medalha individual na modalidade para o país no Pan deste ano, na República Dominicana: bronze nas maças. Ela recebe R$ 350 por mês da Lei Piva, enquanto Larissa tem patrocínio da Petrobras (R$ 12.500 mensais), e Mônica, da Politécnica (R$ 800 mensais).
Se a vaga oferece uma tarefa difícil, as brasileiras têm uma certeza: a de que irão superar as marcas do Pré-Olímpico-99, quando o país assistiu em Osaka à exibição de Alice Sirangelo (89º lugar), Elise Penedo (109º), Milena Nagamine (137º) e Gisela Batista (139º).
Segundo Vera Miranda, presidente do comitê técnico de ginástica rítmica da CBG, o Brasil deve ocupar posto entre as 30 mais bem qualificadas do Mundial, o que permitirá às ginastas sonhar com a vaga -além das 20 primeiras, a FIG escolherá quatro atletas seguindo critérios que vão da posição até a nacionalidade.
Já o conjunto, que obteve três medalhas de ouro no Pan-2003 e só compete na sexta-feira, tem ambição maior. Dirigido por Bárbara Laffranchi, o time formado por Dayane Camillo, Thalita Nakadomari, Ana Maria Maciel, Fernanda Cavalieri, Gabriela Andrioli e Natália Eidt tenta ficar entre os cinco primeiros -as oito melhores vão a Atenas. Dayane e Natália ainda defendem a verba do COI.
Na pior hipótese, entre os 24 conjuntos, o Brasil terá de ficar à frente de Canadá e Chile, seus rivais na América. "Iríamos por índice, pois o esporte tem de ter países de pelo menos três continentes em Atenas. E a vaga da América seria nossa, pois somos superiores a eles", diz Bárbara.
Mas essa hipótese pode esbarrar no COB, que pode entender a vaga como convite e vetar a equipe.


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