São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 2005

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FUTEBOL

Corinthians x São Paulo marcado por rusgas terá vigilância no metrô

Jogadores trocam farpas, e PM põe esquema à prova

DA REPORTAGEM LOCAL

Troca de farpas entre jogadores dos dois times, a morte de três torcedores em menos de 24 horas e a rivalidade tradicional de um clássico São Paulo x Corinthians levaram a Polícia Militar montar um megaesquema de segurança para a partida de hoje.
E o palco da ação não será só o estádio do Morumbi e seu entorno, mas sim toda a cidade, numa operação que terá início às 8h, com policiamento reforçado nas estações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) -um palmeirense morreu no último dia 16 na estação Tatuapé (zona leste). Ao todo, serão 2.500 policiais em ação.
"O clássico acontece num momento conturbado. Estamos usando o esquema tradicional de clássicos, mas com um efetivo maior [2.500 policiais] e que vai atingir um raio de ação mais abrangente fora do estádio", disse o tenente-coronel Luís Fernando Serpa, do 2º Batalhão de Choque.
Na rodada de anteontem, ele testou o esquema que irá implantar hoje e considerou o resultado positivo. "Fizemos três grandes eventos, com o jogo do Corinthians no Pacaembu, da Portuguesa no Canindé, e do clássico no Morumbi."
As principais vias da cidade, como Paulista, Consolação, Francisco Morato, Juscelino Kubitschek e Morumbi terão atenção especial.
Se fora de campo a segurança está à prova, dentro dele os nervos estarão acirrados após provocações de ambos os lados, de São Paulo e Corinthians.
O primeiro passo foi dado pelo meia Roger, que comparou o São Paulo ao Paysandu. "Não quis provocar ninguém. Disse apenas que os três pontos disputados contra o São Paulo são os mesmos disputados contra Paraná e Paysandu", afirmou, depois, tentando atenuar a declaração.
Pelo lado são-paulino, o meia Souza, que não enfrentou o Santos anteontem por estar suspenso, também deu sua cutucada nos rivais. Segundo o jogador, os corintianos terão a última chance de tentar vencer o São Paulo neste ano graças ao cancelamento de 11 partidas imposto pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
"Chegou a hora de alguém vencer o Corinthians. Eles foram os mais favorecidos com a anulação dos jogos. Não sei se isso foi proposital ou não", disse o atleta.
O momento é tão crítico que Souza ficou sem graça ontem quando um jornalista comparou a estampa de sua camisa a um gavião, símbolo da torcida rival.
"Não, isso não é um gavião", afirmou o meia. Em seguida, emendou: "O que vale é a camisa que uso no campo. Vermelha, preta e branca."
Sem jogar desde a vitória de 6 a 1 sobre o Flamengo, o jogador deu o tom de seu ânimo para a partida. "A minha vontade para esse jogo está triplicada."
As provocações ganharam também força entre os dirigentes. Andrés Sanchez, vice de futebol corintiano, tratou de atiçar a rivalidade ao atacar o superintendente do arqui-rival, o médico Marco Aurélio Cunha. "A única maneira de ele aparecer é falando do Corinthians, que dá audiência. Ele tem que falar mais do São Paulo e menos do nosso time", disse.
As suspensões de resultados do Campeonato Brasileiro no tribunal também provocaram reação do goleiro são-paulino Rogério.
"Se o Giovanni [do Santos] pegou cinco partidas por ter chutado uma bola para fora, posso pegar cinco anos se falar o que penso." (RODRIGO BUENO E TONI ASSIS)


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