|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Aprendizagem
Plano de segurança da Copa-14 prevê uso majoritário de policiais, que treinam nos clássicos de
hoje longe de estádios do evento
RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO
O plano inicial de segurança do Mundial no Brasil prevê o uso majoritário de policiais até dentro dos estádios.
Empresas privadas terão participação minoritária.
É um modelo oposto ao
imposto pela Fifa em Copas
anteriores, onde seguranças
particulares controlavam a
área interna das arenas.
O projeto brasileiro foi feito pelo Grupo de Trabalho da
Copa-2014, vinculado ao Ministério da Justiça, e está em
análise jurídica dentro do governo federal. Também terá
de ser discutido posteriormente com a Fifa.
Mas, ao se prever a segurança nas mãos de policiais,
aumentam-se os holofotes
sobre sua atuação em jogos
de risco, como os clássicos de
hoje em Uberlândia, Porto
Alegre, Rio e São Paulo.
Só que as circunstâncias
são distintas do previsto para
a Copa. Nenhuma das quatro
arenas dos duelos de hoje receberá o evento, há torcidas
com histórico de brigas e incidentes mais violentos têm
ocorrido longe dos jogos.
"Criamos uma cultura [entre policiais] independente
do campo. Claro que precisamos saber o estádio para poder elaborar o plano local.
Hoje é o Morumbi porque é o
estádio que existe", disse o
major Leandro Pavani, do 2º
Batalhão de Choque da PM e
membro do CG Copa-2014.
Segundo o oficial, o grupo
optou por propor policiais
nas proteções interna e externa dos estádios porque o sistema com empresas privadas
falhou na África do Sul. De
fato, seguranças fizeram greves, e a política local teve de
assumir o controle de arenas.
Foi a Fifa que impôs o modelo. Mas Pavani argumenta
que ele não é obrigatório.
No caderno de encargos da
Copa-2014, não é exigida a
presença de segurança privada. Pelo documento, cabe ao
COL (Comitê Organizador Local) fazer o plano de proteção
ao evento até o meio de 2011.
O CG Copa-2014 tem contato constante com o comitê. E
é ouvido até em relação aos
projetos dos estádios.
"Tem que ser um modelo
que funcione nos jogos em
2015, com várias entradas e
formas de isolar as torcidas",
declarou Pavani.
Outro item que consta do
plano de segurança do Mundial é a criação de um CCI
(Comando de Controle Integrado). Trata-se do local em
que se reunirão representantes das áreas responsáveis
por manter a ordem -trânsito, bombeiros, policiais.
Mas, longe dos estádios e
dos equipamentos previstos
para o Mundial, a polícia treina hoje a mudança de sua
cultura e da do torcedor. Neste caso, a ideia é retirar dos
policiais a obrigação de atuar
até como orientadores de estádios, como ocorre hoje.
É ainda a chance de aprender. Policiais de Brasília vão
acompanhar o trabalho dos
paulistas. "Não temos cultura de controlar jogos de futebol porque não temos times
de relevo", afirmou o major
Estéfano Lobão, do Distrito
Federal. É o início das lições.
Texto Anterior: Paulo Vinicius Coelho: A gangorra de Tite Próximo Texto: Duelos regionais terão maior proteção Índice | Comunicar Erros
|