São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS

Em apenas três temporadas, competições organizadas pela ATP que terminaram com campeões locais cai pela metade

Circuito reduz vantagem de mandantes

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Torcida a favor, piso predileto e adaptação ao clima e à comida. No tênis masculino, esses fatores cada vez são menos importantes.
Em apenas três anos, o número de torneios com um campeão que joga em casa caiu drasticamente.
Em 1997, 21 competições do circuito da ATP, sem incluir os torneios menores (challengers), tiveram um vencedor que atuava no seu próprio país.
Nos dois anos seguintes, o número de campeões locais não passou de 13 em cada temporada.
No ano passado, apenas dez campeonatos da ATP terminaram com um tenista que jogava em casa como campeão.
Agora, na temporada atual, o panorama dos últimos anos parece que vai se repetir.
Nas 11 competições já encerradas em 2001, apenas uma teve um local, o australiano Lleyton Hewitt, em Sydney, como campeão.
Várias das atuais estrelas da modalidade não conseguem repetir em casa, quando, teoricamente, têm tudo a favor, a mesma performance de quando atuam fora de suas fronteiras.
O início da temporada atual é prova dessa realidade.
No Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam do ano, os dois astros locais que disputaram a competição fracassaram -Hewitt não passou da terceira rodada, e Patrick Rafter, em uma dramática partida com Andre Agassi, caiu nas semifinais.
Mesmo em evidência, os tenistas franceses também fracassaram quando atuaram em casa.
No Torneio de Marselha, Sebastien Grosjean, semifinalista do Aberto da Austrália, e Arnaud Clement, vice-campeão na mesma competição, não conseguiram ficar com o título, mesmo com o apoio da torcida francesa.
Na semana passada, foi a vez do tênis chileno, que emplacou três representantes entre os cem melhores do mundo, ver seus jogadores não aproveitarem a vantagem de jogar em casa.
No Torneio de Viña del Mar, até o astro Marcelo Ríos decepcionou -foi eliminado logo na primeira rodada da competição pelo marroquino Karim Alami. Nicolas Massú e Fernando Gonzales também fracassaram na competição.
Nesta semana, até Pete Sampras, considerado o melhor jogador da história, não aproveitou o fato de atuar em seu próprio país.
No Torneio de Memphis, o dono de 13 títulos de torneios de Grand Slam, recorde histórico do tênis, caiu logo na sua estréia.
Em Roterdã, o tênis holandês, que recentemente surpreendeu ao eliminar a forte equipe da Espanha na Copa Davis, já teve seus quatro representantes da chave de simples eliminados.
Com o cenário atual, são raros os casos de tenistas que se aproveitam de jogar em casa.
Nesse seleto grupo, ninguém se destaca tanto como o russo Ievguêni Kafelnikov, o tenista que mais joga no circuito desde meados da década passada.
Kafelnikov conquistou as últimas quatro edições do Torneio de Moscou, a competição mais importante do tênis masculino que é disputada no país dele.


Texto Anterior: Rival da final faz estréia na elite
Próximo Texto: Brasileiros nunca têm mando
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.