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TÊNIS
Em apenas três temporadas, competições organizadas pela ATP que terminaram com campeões locais cai pela metade
Circuito reduz vantagem de mandantes
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Torcida a favor, piso predileto e
adaptação ao clima e à comida.
No tênis masculino, esses fatores
cada vez são menos importantes.
Em apenas três anos, o número
de torneios com um campeão que
joga em casa caiu drasticamente.
Em 1997, 21 competições do circuito da ATP, sem incluir os torneios menores (challengers), tiveram um vencedor que atuava no
seu próprio país.
Nos dois anos seguintes, o número de campeões locais não passou de 13 em cada temporada.
No ano passado, apenas dez
campeonatos da ATP terminaram com um tenista que jogava
em casa como campeão.
Agora, na temporada atual, o
panorama dos últimos anos parece que vai se repetir.
Nas 11 competições já encerradas em 2001, apenas uma teve um
local, o australiano Lleyton Hewitt, em Sydney, como campeão.
Várias das atuais estrelas da
modalidade não conseguem repetir em casa, quando, teoricamente, têm tudo a favor, a mesma
performance de quando atuam
fora de suas fronteiras.
O início da temporada atual é
prova dessa realidade.
No Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam do ano, os dois
astros locais que disputaram a
competição fracassaram -Hewitt não passou da terceira rodada, e Patrick Rafter, em uma dramática partida com Andre Agassi,
caiu nas semifinais.
Mesmo em evidência, os tenistas franceses também fracassaram quando atuaram em casa.
No Torneio de Marselha, Sebastien Grosjean, semifinalista do
Aberto da Austrália, e Arnaud
Clement, vice-campeão na mesma competição, não conseguiram
ficar com o título, mesmo com o
apoio da torcida francesa.
Na semana passada, foi a vez do
tênis chileno, que emplacou três
representantes entre os cem melhores do mundo, ver seus jogadores não aproveitarem a vantagem de jogar em casa.
No Torneio de Viña del Mar, até
o astro Marcelo Ríos decepcionou
-foi eliminado logo na primeira
rodada da competição pelo marroquino Karim Alami. Nicolas
Massú e Fernando Gonzales também fracassaram na competição.
Nesta semana, até Pete Sampras, considerado o melhor jogador da história, não aproveitou o
fato de atuar em seu próprio país.
No Torneio de Memphis, o dono de 13 títulos de torneios de
Grand Slam, recorde histórico do
tênis, caiu logo na sua estréia.
Em Roterdã, o tênis holandês,
que recentemente surpreendeu
ao eliminar a forte equipe da Espanha na Copa Davis, já teve seus
quatro representantes da chave
de simples eliminados.
Com o cenário atual, são raros
os casos de tenistas que se aproveitam de jogar em casa.
Nesse seleto grupo, ninguém se
destaca tanto como o russo Ievguêni Kafelnikov, o tenista que
mais joga no circuito desde meados da década passada.
Kafelnikov conquistou as últimas quatro edições do Torneio de
Moscou, a competição mais importante do tênis masculino que é
disputada no país dele.
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