São Paulo, quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

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Brasil e países ricos terão privacidade e luxo no Mundial

Com exceção da Argélia, só favoritos e nações do 1º mundo ficarão hospedados em hotéis 5 estrelas na África do Sul

Seleções foram obrigadas a escolher o alojamento de uma lista elaborada pela Fifa, que tinha até quartos padrão 3 estrelas

FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A SUN CITY
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Para quem é grande no futebol ou rico, hotéis cinco estrelas e/ou privacidade. Para o resto, alojamentos mais simples. Isso é o que mostra a divisão de hotéis que servirão como concentração para as seleções da Copa do Mundo da África do Sul, divulgada ontem pela Fifa.
Brasil, Alemanha, Holanda, Inglaterra, França, Japão, Austrália, Dinamarca e Grécia ficarão em hotéis cinco estrelas.
Além deles, a única delegação que não é favorita nem de um país rico a ganhar tal mordomia foi a da Argélia, ainda assim fora da área mais procurada -eram 12 hotéis cinco estrelas disponíveis, e só dois, em regiões com quase nenhum atrativo, não foram selecionados.
No outro extremo, Gana terá de se contentar com um nada espetacular três estrelas.
O time de Dunga usará o Fairway, hotel em Johannesburgo, ainda em obras, que será fechado para a seleção.
Atual campeã mundial, a Itália terá um hotel quatro estrelas, em Centurion (perto da capital Pretória), mas também com a vantagem de ter privacidade total -o estabelecimento será fechado para a Azzurra.
A Argentina ficará hospedada no Centro de Alta Performance da Universidade de Pretória, uma ilha de excelência em preparação física no país.
A lista de hotéis disponíveis foi estabelecida pela Fifa e escolhida pelas seleções -em caso de duas equipes solicitarem o mesmo abrigo, era a federação quem decidia (foi o caso do Brasil contra Portugal).
A entidade arca com um valor fixo para a hospedagem, que, segundo ela, cobre as despesas de até 50 membros de cada comitiva. Quem estourar esse limite banca o excedente. Em 2006, o Brasil mandou cerca de 40 pessoas à Alemanha.
Em nome da infraestrutura, a maioria das seleções aceitou encarar longas distâncias, congestionamentos e altos índices de criminalidade ao optar por bases em Gauteng, onde ficam Pretória e Johannesburgo. Das 32 equipes participantes, 19 ficarão em hotéis e usarão campos de treinamento da Província. Contribuirão, assim, para entupir um pouco mais a já superpovoada Gauteng. Com apenas 1,3% da área da África do Sul, a região tem 21,5% da população e 33% do PIB.
É mais rica, mas mais problemática. Lidera com folga na proporção de assaltos (34% dos cometidos nacionalmente) e crimes sexuais (26,7%) no país.
Gauteng tem melhor qualidade de serviços públicos, estrutura boa de telecomunicações e estradas bem pavimentadas. O aeroporto renovado oferece conexões fáceis.
Pesou também na escolha a altitude da Província, de 1.800 metros acima do nível do mar. Vários jogos importantes, incluindo abertura e final, serão em seus três estádios.


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