São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2010

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Quanto vale o show?

Diferentemente de 1990, quando o atleta Dunga chiou, CBF não conta agora com contestação ao bicho da equipe que jogará pelo hexa

Ricardo Nogueira/Folhapress
Os zagueiros Juan e Thiago Silva, durante entrevista no CT do Caju, em Curitiba

PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A CURITIBA

A CBF vai anunciar aos jogadores a premiação da seleção em caso de conquista do hexacampeonato logo após a chegada à África do Sul.
O valor ainda não foi fechado, mas a entidade pretende pagar cerca de R$ 350 mil a cada atleta pela vitória no primeiro Mundial realizado no continente africano.
A chegada dos jogadores a Johannesburgo está prevista para quinta-feira. A reunião do supervisor da seleção, Américo Faria, com os atletas deverá acontecer na noite de sexta. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, tenta não intervir no assunto para não se desgastar com o time.
O prêmio pela conquista do título só não foi definido no último final de semana, em Curitiba, porque o capitão Lúcio ainda não se apresentou ao técnico Dunga.
O zagueiro é o principal representante dos jogadores nas negociações com a CBF, que, no entanto, não espera nenhuma contestação sobre o valor que ela quer pagar -o que, diz a entidade, acontece pelo menos desde o início da década em todos os torneios.
Lúcio, o goleiro Júlio César e o lateral Maicon foram liberados pela comissão técnica para se integrar ao grupo só na África do Sul. No sábado, venceram a Copa dos Campeões pela Inter de Milão.
O valor é igual para todos os atletas, independentemente da quantidade de partidas jogadas no Mundial. Habitualmente, a premiação para os integrantes da comissão técnica é menor, mas a negociação da confederação com eles é mais fácil.
A CBF quer antecipar a definição da premiação para evitar que os jogadores se preocupem com isso durante a disputa da Copa do Mundo.
A demora no acerto do bicho deflagrou uma crise na seleção durante o Mundial de 1990, realizado na Itália, o primeiro com a CBF sob o comando de Ricardo Teixeira.
Na ocasião, os jogadores protestaram cobrindo a marca de um dos patrocinadores da seleção na foto oficial da delegação brasileira, dias antes do embarque para a Copa.
Desde então, Teixeira sempre fecha o valor da premiação antes do início do evento.
O técnico Dunga e o auxiliar técnico Jorginho, então jogadores do Brasil, participaram daquele protesto.
Hoje, os dois costumam apenas escutar a oferta da direção da CBF e aceitá-la.
Para o Mundial da Alemanha, em 2006, a CBF tinha acertado pagar R$ 300 mil a cada atleta. Em 2002, na Copa da Coreia e do Japão, o pentacampeonato rendeu R$ 250 mil para cada um.
Nesta temporada, a confederação faturará mais de R$ 200 milhões apenas com patrocínios. A CBF tem acordo com dez empresas para explorar a imagem da seleção.


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