|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Leão quer isolar meninos durante as 36 horas
DA REPORTAGEM LOCAL
O técnico do Santos, Emerson
Leão, quer que seus jogadores tenham o menor contato possível
com os argentinos durante as 36
horas que a equipe vai passar em
Buenos Aires.
Além de não divulgar previamente o hotel no qual o time se
hospedou na cidade, Leão proibiu
qualquer entrevista a jornalistas
locais -só depois da partida o
acesso aos atletas será liberado.
Para garantir a tranquilidade do
elenco, o treinador convenceu a
diretoria santista a contratar 15
seguranças. Eles receberam a
equipe no aeroporto de Ezeiza,
ontem, e só serão dispensados na
madrugada de amanhã, quando a
delegação retorna ao Brasil.
Tudo faz parte de uma estratégia de Leão para evitar que informações extracampo possam prejudicar o rendimento de seu time.
Ontem, por exemplo, o técnico
desdenhou da Bombonera, o mitológico estádio do Boca.
"O que tem em La Bombonera
que na Vila Belmiro não tem? O
Santos é um time de elite e tem
que se comportar como tal."
Para ele, o Boca Juniors tenta
valorizar seu estádio. "Eles têm
que supervalorizar mesmo o que
é deles. Tem que comprar por
dois e vender por dez."
Os jogadores aprovam a tática
do comandante. "Não temos parentes na Argentina, e o negócio é
ficar lá o mínimo possível. Se eu
pudesse, voltava logo depois do
jogo", disse o lateral Léo.
Os atletas também minimizam
a suposta força da torcida do Boca. "O jogo será difícil, mas não
por causa da torcida. O Boca tem
um bom time", declarou Ricardo
Oliveira, que com nove gols é o artilheiro desta Libertadores.
O goleiro Fábio Costa e o zagueiro Alex também preferiram
valorizar o rival em vez de tecer
elogios ao entusiasmo dos fãs do
time mais popular da Argentina.
Em meio à preocupação pela recepção ao Santos, Leão ficou aliviado ao saber que o árbitro colombiano Oscar Ruiz foi escalado
para o confronto. "Ele tem um
bom currículo", justificou.
Colaborou Maurício Eirós, free-lance
para a Agência Folha, de Santos
Texto Anterior: Os personagens: Estrelas santistas foram invenções de "retranqueiro" Próximo Texto: Futebol: Vítimas do Santos de 1963 acreditam que agora vai Índice
|