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FUTEBOL
Dirigentes recusam Brasileiro com oito meses e fixam setembro como prazo para Ricardo Teixeira desistir da idéia
Federações reagem e dão ultimato à CBF
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A comissão especial das federações, formada para a reestruturação do futebol brasileiro, decidiu
ontem contra-atacar o calendário
proposto pela TV Globo e pelo
Ministério do Esporte para 2003,
segundo o qual o Campeonato
Brasileiro terá oito meses.
Reunidos no Rio, os dirigentes
ameaçaram pedir até uma intervenção na CBF (Confederação
Brasileira de Futebol).
Os presidentes das federações
deram um prazo até setembro para o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, desistir de fazer
um Campeonato Brasileiro em oito meses. Caso contrário, eles
ameaçam usar a medida provisória editada pelo governo para pedir uma intervenção na CBF.
""Estamos ficando acuados. Vamos aguardar até setembro, caso
contrário entraremos em conflito", afirmou o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Carlos Alberto de Oliveira,
que também preside a comissão
especial dos dirigentes.
A CBF já se mostrou favorável
ao calendário encampado pelo
Ministério do Esporte e pela TV
Globo para o ano que vem. Pela
proposta da emissora, o Campeonato Brasileiro terá oito meses, e
os Estaduais serão disputados em
menos de três meses.
""Eles querem acabar com o futebol dos outros Estados. Não vamos deixar isso acontecer. Somos
contra a elitização do esporte",
afirmou Oliveira.
Na reunião de ontem, o dirigente pernambucano mostrou um
calendário diferente do da TV
Globo. Pela sua proposta, os torneios estaduais seriam disputados no primeiro semestre. Já o
Campeonato Brasileiro ocorreria
de agosto a dezembro de 2003.
"A CBF não pode descumprir
uma decisão de sua Assembléia
Geral. Somente a assembléia pode
decidir sobre o calendário. Caso
isso não seja feito, vamos pedir a
intervenção na administração de
Teixeira, já que a MP nos permite", disse Oliveira, que é o único
candidato confesso à presidência
da CBF no ano que vem.
O próprio estatuto da CBF permite às federações pedirem a
abertura de um processo de impeachment de Ricardo Teixeira.
O presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, participou da reunião e também criticou Teixeira.
""A CBF está sem comando. Isso
não precisava nem dizer. A maior
prova disso foi que eu entrei no
prédio e nenhuma pessoa veio falar comigo", afirmou o dirigente,
ao deixar a sede da confederação,
no centro do Rio de Janeiro.
""Depois do seu mandato, Ricardo Teixeira tem que deixar a entidade. As federações têm sempre
que ser ouvidas. Isso não está
acontecendo", acrescentou o presidente da Federação Paulista.
Apesar da ameaça feita pelo
presidente da Federação Pernambucana de Futebol, os dirigentes
da CBF preferiram não se manifestar sobre o assunto.
""Não posso dar nenhuma declaração sobre o que não ouvi. Eu
não me reuni com eles, por isso
não posso falar nada", afirmou o
presidente interino da CBF, José
Sebastião Bastos.
Ricardo Teixeira deve retomar o
cargo que ocupa desde 1989 no
início do próximo mês. Após a
Copa do Mundo, o dirigente, segundo amigos dele, descansa em
Miami (EUA), onde possui uma
casa em Boca Raton.
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