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São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 2003

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Com Gustavo Nery no gol, São Paulo perde e estaciona

Fernando Santos/Folha Imagem
Gustavo Nery, no gol após a expulsão do goleiro Rogério, acompanha jogada antes de sofrer o gol de Rafael Santos, da Ponte Preta, aos 48min, no Morumbi



Expulsões de Rogério e Júlio Santos abrem caminho para Ponte quebrar tabu de 22 anos e impedir são-paulinos de alcançar o topo do Brasileiro


MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo perdeu a paciência, caiu diante da Ponte Preta em casa por 2 a 1, interrompeu sua série de nove jogos invicto (quatro vitórias seguidas), parou nos 41 pontos e não assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro-2003.
O time de Rojas frustrou os 21.526 torcedores -público bem superior à média do time no torneio- que foram ao Morumbi para assistir ao time tomar o primeiro lugar do Cruzeiro, que também perdeu na 21ª rodada.
Os são-paulinos creditaram o próprio fracasso à arbitragem. Questionaram a expulsão de Júlio Santos, que fez falta violenta, a não-marcação de um pênalti em Luis Fabiano, que não existiu, e, por fim, a expulsão de Rogério, que já tinha sido advertido com amarelo e recebeu o vermelho depois de um toque em Jean, da Ponte, em uma saída de bola.
"A torcida veio aqui nos ver jogar e ganhar, mas viu esse palhaço, esse babaca [juiz Rodrigo Martins Cintra] fazer essas merdas e nos prejudicar. Por que vocês da imprensa não falam nada sobre isso?", saiu gritando o zagueiro Jean, retirado de campo pelos seus colegas de perto do árbitro após o apito final.
Luis Fabiano, que ontem não foi "suficiente" -marcou o seu, voltou à liderança do ranking de artilheiros, mas não deu a vitória ao seu time-, também não poupou o juiz de xingamentos.
"São incríveis as coisas que aconteceram aqui. Esse rapaz [o juiz] é um palhaço", afirmou o atacante, que estava irritado desde o primeiro tempo, quando o São Paulo teve 11 chances de gols -todas sem sucesso-, mas foi a Ponte Preta que marcou.
Na segunda oportunidade que criaram, os ponte-pretanos aproveitaram a falha de marcação dos donos da casa depois de cobrança de lateral e saíram na frente. Adrianinho serviu Jean, que, de cabeça, abriu o placar.
Os campineiros voltaram do intervalo para segurar o resultado, mas Luis Fabiano furou o bloqueio dos rivais aos 10min. De cabeça, o atacante acertou a trave. Mas a bola voltou para ele, que acertou um belo chute cruzado.
A virada parecia certa, mas o nervosismo da equipe da casa não deixou.
O tempo passava e nada de o segundo gol sair. Rojas pôs um meia (Marco Antônio), um atacante (Diego), outro (Kléber), e nada. Para parar os contra-ataques, os são-paulinos começaram a apelar para as faltas.
Júlio Santos foi expulso, Rogério foi expulso, até Rojas foi expulso antes de Rafael Santos decretar a vitória dos visitantes aos 48min do segundo tempo -Ronildo alçou bola dentro da área, e Rafael, de cabeça, livre de marcação, desempatou o jogo.
Gustavo Nery, que assumira a vaga do expulso Rogério no gol, nada pôde fazer para evitar a segunda derrota do São Paulo sob o comando de Rojas.
Foi a primeira vitória da Ponte sobre o São Paulo no estádio do Morumbi desde 1981 -foram 20 jogos até ontem, com 19 vitórias do São Paulo e um empate.
"Ninguém esperava, mas ganhamos. Eles precisam saber que nenhuma boa fase ganha jogo. Apesar de o Luis Fabiano, em grande fase, ter conseguido bater na "mãe'", disse o técnico Abel Braga, referindo-se a uma citação do artilheiro do Brasileiro, que foi revelado pelo time de Campinas.


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