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São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 2003

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Viana, candidato único no RJ, ignora caos dos grandes


Apesar da crise vivida por Botafogo, Fla, Flu e Vasco, seus eleitores, cartola centra seu "plano de governo" na Ferj para impedir o fim do Estaduais e enxurgar o Nacional


SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Mesmo sem ter projeto específico para socorrer os quatro grandes clubes do Rio, o presidente da Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), Eduardo Viana, será candidato único na eleição da próxima quinta-feira.
Foi encerrado ontem o prazo para a inscrição de candidatos no pleito. Apenas Viana se inscreveu.
Paulo de Almeida, que derrubou na Justiça a primeira eleição, não conseguiu o apoio necessário para homologar a sua candidatura -três clubes da primeira divisão, três da segunda, três da terceira e três clubes amadores da capital, além de três ligas.
""Na última reunião, recebi o apoio de 94% do colégio eleitoral e sou do futebol, estou tranquilo [sobre a reeleição]", disse Viana, que está no poder há 18 anos e é apontado como um dos principais responsáveis pela decadência do futebol do Estado.
O presidente da Ferj ganhou notoriedade por organizar campeonatos confusos. Em 1990, por exemplo, Vasco e Botafogo se intitularam campeões e chegaram a dar a volta olímpica. Mais tarde, o Botafogo ganhou o título na Justiça. Em 1998, Flamengo e Botafogo abandonaram a competição em protesto contra a organização. Naquela ano, o Maracanã assistiu ao primeiro W.O. da sua história.
Apesar das trapalhadas na sua administração, Viana continua tratando com descaso os quatro grandes do Estado -Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense.
No seu programa de campanha enviado aos eleitores, ele não faz nenhuma promessa específica para socorrê-los.
Sem dinheiro e endividados, Flamengo, Vasco e Fluminense fazem uma campanha pífia no Campeonato Brasileiro. Já o Botafogo amarga neste ano um dos maiores vexames de sua história, ao disputar a Série B do Brasileiro.
No programa, o dirigente se limita a tratar da má fase dos clubes do Estado em uma página.
No item captação e provimento de recursos do programa, Viana adota uma solução simplista para ajudar os clubes, sem citar especificamente os times da elite, e coloca a culpa na crise financeira do futebol mundial e do Estado.
Segundo o documento, "várias formas de captação de recursos encontram-se em desenvolvimento, destacando-se ,dentre elas, a melhor exploração das marcas". De acordo com o dirigente, "um tratamento científico da Ferj em muito poderá melhorar as receitas dos filiados".
Apesar das promessas vagas, os dirigentes dos quatro grandes do Rio são favoráveis à manutenção de Viana. No último dia 3, eles deram apoio formal à reeleição do dirigente. O Vasco e o Fluminense foram ainda mais pró-Viana. Os dirigentes dos dois clubes assinaram a homologação da chapa do presidente da Ferj para a eleição de quinta-feira.
No documento com os projetos para o mandato até 2008, o dirigente informa que vai lutar, nos próximos quatro anos, para impedir o fim dos Estaduais. Ele quer um campeonato com no mínimo três meses. Viana também quer que o Brasileiro seja enxugado e disputado em seis meses.


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