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Seleção ganha sim de Mano, a 3ª via
CBF, que queria Scolari e tentou Muricy, põe treinador do Corinthians para renovar equipe para a Copa-2014
Nacho Doce/Reuters
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Mano Menezes, o novo técnico da seleção
DE SÃO PAULO
Luiz Antônio Venker Menezes, ou simplesmente Mano Menezes, 48, é o novo técnico da seleção brasileira.
Contatado pela Confederação Brasileira de Futebol no
início da noite de sexta-
-feira, ele anunciou ontem de
manhã, no Parque São Jorge,
que aceitará a missão.
"Acho que foi mais rápido
do que eu pensava, mas eu
tenho por linha não fugir de
convites importantes, de
aceitá-los como grandes desafios", disse o treinador,
que, anteontem, afirmara
que "não sonhava" em comandar a equipe nacional.
Mano, contudo, aceitou
assumir a seleção mesmo
após ter virado um "estepe"
para a CBF. Anteontem, Ricardo Teixeira, o presidente
da confederação, convidou
Muricy Ramalho, técnico do
Fluminense e tricampeão nacional com o São Paulo
(2006/2007/2008), e dava o
"sim" como certo. Só que a
direção do clube carioca vetou a saída, e o treinador decidiu respeitar essa decisão.
O presidente do Corinthians, Andres Sanchez, confirmou que liberará o treinador, apesar de ele ter assinado contrato com o Corinthians até dezembro de 2011.
"Jamais vou prejudicar ou
atrasar um "upgrade" maior.
Para todos os profissionais
que vivem do futebol, a seleção brasileira é top", declarou o dirigente corintiano.
O quase ex-treinador do
Corinthians (dirigirá a equipe mais uma vez, hoje, no Pacaembu, contra o Guarani)
será o substituto de outro
gaúcho no cargo, Dunga, que
caiu com o Brasil nas quartas
de final da Copa da África do
Sul, no início deste mês.
Amanhã, Mano anunciará, no Rio, sua primeira convocação, para o amistoso do
próximo dia 10, em Nova Jersey, contra os EUA.
Ontem, o novo treinador
não adiantou quais são seus
planos para a seleção.
"Vocês hão de entender
que o fato pra mim é absolutamente novo desde ontem
[sexta-feira] à noite", disse.
Espera-se desde já uma
ampla renovação na equipe
com vistas ao Mundial no
Brasil, daqui a quatro anos
-na África, a seleção tinha a
média de idade mais alta (29
anos) entre as 32 seleções.
Uma "seleção nova" é desejo de Ricardo Teixeira.
Para ser escolhido, Mano
teve a seu favor a condição de
ser um treinador disciplinador e hábil no trato com a imprensa, perfil que se encaixa
no ideal de técnico buscado
pelo mandatário da CBF.
Também pesou a boa relação de Teixeira com Andres
Sanchez, o presidente do Corinthians, que esteve na chefia da delegação brasileira no
Mundial sul-africano.
O nome preferido da CBF
era Luiz Felipe Scolari, que
comandou o Brasil de Ronaldo e Rivaldo no pentacampeonato na Copa da Coreia
do Sul e do Japão, em 2002.
Mas Scolari optou por treinar o Palmeiras, a quem jurou ser fiel. E a CBF quer um
técnico exclusivo para a seleção. Além disso, a entidade
não tinha a intenção de cobrir os ganhos de Scolari no
clube alviverde, aproximadamente R$ 700 mil mensais.
O salário de Mano não foi
divulgado. Se a CBF mantiver
para ele o padrão pago a
Dunga, receberá em torno de
R$ 350 mil mensais, o mesmo
que ganhava no Corinthians.
Com o treinador escolhido, a questão agora é se Mano terá fôlego até 2014.
Muitos não acreditavam
que Dunga, sem experiência
alguma anterior na prancheta, ficaria quatro anos na seleção, mas ele se fortaleceu e
foi até o fim, na eliminação
brasileira para a Holanda.
A favor de Mano há o fato
de o Brasil, por ser o país-sede e ter vaga assegurada no
Mundial, não precisar encarar as dificuldades das eliminatórias sul-americanas.
Mas há desafios.
Já no próximo ano, o treinador irá encarar uma Copa
América, na Argentina.
Outro torneio que virá pela
frente é o Pré-Olímpico. A
medalha de ouro olímpica é o
único título de destaque que
a seleção brasileira não tem.
Êxitos devem garantir a
Mano uma caminhada firme
na tentativa do hexa. Fiascos
podem mudar o humor de
Teixeira, que em 2012 verá
Scolari livre -termina o contrato dele com o Palmeiras.
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