|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
F-1
Pentacampeão leva uma volta do vencedor, acaba em 8º e parece fadado a perder reinado para Montoya ou Raikkonen
Schumacher vive um dia de retardatário
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BUDAPESTE
A F-1 saiu de Budapeste, ontem,
com a impressão de que começou
a assistir ao fim de uma era. Com
a sensação de que acompanha a
passagem do bastão. Ou do cetro.
Na corrida com o pódio mais jovem da história, o vencedor mais
precoce de todos os tempos dá
uma volta sobre o supercampeão.
Faz do imbatível um retardatário.
Para completar, deixa o veterano prestes a perder o título que,
meses atrás, parecia certo. A três
etapas do final, ele lidera o Mundial, mas só a dois pontos do terceiro, um rapaz de 23 anos.
Tudo isso aconteceu no GP da
Hungria, em Hungaroring, o travado circuito de Budapeste.
A vitória foi de Fernando Alonso, que, aos 22 anos e 26 dias, se
tornou o mais jovem piloto a ganhar na história da categoria.
O piloto da Renault superou
uma marca que durava 51 anos:
bateu Troy Ruttman, que em 1952
prevaleceu nas 500 Milhas de Indianápolis -então parte do
Mundial- aos 22 anos e 80 dias.
Ao seu lado, no pódio, Kimi
Raikkonen, 23, da McLaren, e
Juan Pablo Montoya, 27, da Wil-liams. Média de 24 anos, sete meses e 12 dias, novamente a menor
de toda a história da F-1.
Enquanto o trio comemorava,
Michael Schumacher, 34, estacionava sua Ferrari despercebido.
Pentacampeão mundial, recordista de vitórias (68), de melhores
voltas (54) e de pontos conquistados (1.017), o alemão largou em
oitavo ontem. Acabou em oitavo.
Aumentou seu jejum de vitórias, que já dura mais de dois meses. Pela primeira vez na carreira,
terminou dois GPs seguidos atrás
da sexta posição -fora sétimo na
Alemanha, havia três semanas.
Pior: pela primeira vez desde
1992, quando era um iniciante, virou retardatário sob condições
normais -não bateu nem enfrentou problemas mecânicos.
Faltavam nove voltas para o fim
da corrida. Voando na pista,
Alonso encontrou Schumacher
pela frente. Os fiscais não titubearam: bandeira azul.
Schumacher obedeceu. Tornou-se retardatário de um piloto
que tinha dez anos quando ele,
aos 22, estreou na categoria.
O alemão oscilou a 72 pontos no
campeonato. Montoya subiu a 71.
Raikkonen, a 70. Ambos podem
assumir a ponta justamente na casa da Ferrari -a próxima etapa
será em Monza, na Itália.
Texto Anterior: Futebol - José Geraldo Couto: O Cruzeiro na encruzilhada Próximo Texto: Alonso faz time romper jejum Índice
|