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AÇÃO
Superstars
RENATA NETTO
ESPECIAL PARA A FOLHA
O s esportes de ação saíram
de vez da cena underground. Hoje, os atletas profissionais de bike, skate, in line e motocross freestyle têm a agenda lotada de eventos e shows em todo o
mundo. Alguns, como o skatista
brasileiro Lincoln Ueda, vivem só
de apresentações em espetáculos
radicais. O cachê da maioria dos
esportistas varia entre US$ 3.000 e
US$ 10 mil por dia. O maior nome
do skate mundial, Tony Hawk,
ganha até US$ 40 mil por demo e,
segundo a revista "Forbes", já gerou sozinho US$ 300 milhões. Outra estrela, o piloto de moto X Nate Adams, levou US$ 50 mil para
executar três backflips na Itália.
Esses esportes (antes "alternativos") movimentam hoje cerca de
US$ 10 bilhões nos EUA.
E um dos fatores que ajudaram,
e muito, para esse cenário foi a
criação, em 95, dos Extreme Games, a Olimpíada radical até então inédita, organizada pelo canal ESPN. No início, havia diferentes modalidades adeptas da
adrenalina, como bungee jump,
sky surf (salto de pára-quedas
com prancha de surf), corrida de
aventura e street ludge (carrinho
de rolimã moderno). Desde a sua
origem, o evento pôs câmeras nos
mais inusitados ângulos para dar
ao fã o gosto do que os atletas sentem quando estão atuando.
A cada ano, novas modalidades
apareciam e outras ficavam para
trás. Outros X-Games foram surgindo: Winter X-Games, Asian X-Games, European X-Games, Global X-Games e Latin American X-Games. E, nestes 11 anos, muitos
feitos históricos dos esportes radicais ocorreram nos X-Games, como o 900 de Tony Hawk, o 900
no hander do biker Mat Hoffman
e o 1º double back flip numa competição, do patinador Taig Chris.
Neste ano, a 11ª edição dos X-Games, em Los Angeles, rateou
mais de US$ 1,2 mi em prêmios
entre bike, skate, motocross, surf e
wakeboard. O evento já não tem
atletas do mundo todo nem várias eliminatórias. Desde 2004, só
dez dos maiores nomes de cada
categoria são convidados para
uma final, que levada ao mundo
pelos canais da ESPN (até a filial
do Brasil) e pela ABC. Segundo o
Nielsen Media Research, que mede a audiência dos EUA, a exibição do evento, em 2004, bateu recordes de audiência no público
masculino entre 12 e 24 anos. A
versão latino-americana, no Rio,
ganhou até espaço na Globo.
A prova maior de que esses
eventos são um sucesso é que hoje
existem vários eventos à la X-Games, como Gravity Games, Dew
Mountain Sports, LG Action
Sports e Mobile Skate Park Tour.
No domingo, às 22h30, a ESPN
Brasil exibe o "Super Ação Especial: X-Games", documentário
que faz uma reflexão com nomes
como Tony Hawk, Travis Pastrana e Mat Hoffman sobre a atual
situação desses atletas superstars.
E a evolução dos esportes de ação
talvez esteja baseada na definição
do skatista Jason Ellis: "Para aumentar o nível de dificuldade, eles
têm que aumentar o dinheiro da
premiação... Se pagarem milhões
de dólares, a gente vai se matar
em frente às câmeras".
Renata Netto, 38, é editora-chefe do
núcleo radicais da ESPN Brasil
Excepcionalmente hoje Carlos Sarli não
escreve neste espaço
Sandro Dias rumo ao tri
Neste final semana, acontece em Vancouver, no Canadá, o Slam City
Jam. E, se o skatista Mineirinho, bicampeão do mundo no vertical, ficar em quarto lugar, já conquista o título inédito de tricampeão.
Bob Burnquist nas telonas
O filme "The Reality of Bob Burnquist", de Jamie Mosberg, tem estréia marcada para setembro, nos EUA. O destaque vai para o novo
obstáculo do skatista: o corkscrew, uma pista em parafuso com gaps.
Mundial de Kite Surf em Cabo Frio
Acontece entre os dias 4 e 10 de setembro, a 3ª etapa do Kiteboard
Pro World Tour, que reúne estrelas como a campeã do mundo Gisela
Pulido, de apenas 11 anos.
E-mail: rnetto@espn.com.br
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