São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2005

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AÇÃO

Superstars

RENATA NETTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O s esportes de ação saíram de vez da cena underground. Hoje, os atletas profissionais de bike, skate, in line e motocross freestyle têm a agenda lotada de eventos e shows em todo o mundo. Alguns, como o skatista brasileiro Lincoln Ueda, vivem só de apresentações em espetáculos radicais. O cachê da maioria dos esportistas varia entre US$ 3.000 e US$ 10 mil por dia. O maior nome do skate mundial, Tony Hawk, ganha até US$ 40 mil por demo e, segundo a revista "Forbes", já gerou sozinho US$ 300 milhões. Outra estrela, o piloto de moto X Nate Adams, levou US$ 50 mil para executar três backflips na Itália. Esses esportes (antes "alternativos") movimentam hoje cerca de US$ 10 bilhões nos EUA.
E um dos fatores que ajudaram, e muito, para esse cenário foi a criação, em 95, dos Extreme Games, a Olimpíada radical até então inédita, organizada pelo canal ESPN. No início, havia diferentes modalidades adeptas da adrenalina, como bungee jump, sky surf (salto de pára-quedas com prancha de surf), corrida de aventura e street ludge (carrinho de rolimã moderno). Desde a sua origem, o evento pôs câmeras nos mais inusitados ângulos para dar ao fã o gosto do que os atletas sentem quando estão atuando.
A cada ano, novas modalidades apareciam e outras ficavam para trás. Outros X-Games foram surgindo: Winter X-Games, Asian X-Games, European X-Games, Global X-Games e Latin American X-Games. E, nestes 11 anos, muitos feitos históricos dos esportes radicais ocorreram nos X-Games, como o 900 de Tony Hawk, o 900 no hander do biker Mat Hoffman e o 1º double back flip numa competição, do patinador Taig Chris.
Neste ano, a 11ª edição dos X-Games, em Los Angeles, rateou mais de US$ 1,2 mi em prêmios entre bike, skate, motocross, surf e wakeboard. O evento já não tem atletas do mundo todo nem várias eliminatórias. Desde 2004, só dez dos maiores nomes de cada categoria são convidados para uma final, que levada ao mundo pelos canais da ESPN (até a filial do Brasil) e pela ABC. Segundo o Nielsen Media Research, que mede a audiência dos EUA, a exibição do evento, em 2004, bateu recordes de audiência no público masculino entre 12 e 24 anos. A versão latino-americana, no Rio, ganhou até espaço na Globo.
A prova maior de que esses eventos são um sucesso é que hoje existem vários eventos à la X-Games, como Gravity Games, Dew Mountain Sports, LG Action Sports e Mobile Skate Park Tour. No domingo, às 22h30, a ESPN Brasil exibe o "Super Ação Especial: X-Games", documentário que faz uma reflexão com nomes como Tony Hawk, Travis Pastrana e Mat Hoffman sobre a atual situação desses atletas superstars. E a evolução dos esportes de ação talvez esteja baseada na definição do skatista Jason Ellis: "Para aumentar o nível de dificuldade, eles têm que aumentar o dinheiro da premiação... Se pagarem milhões de dólares, a gente vai se matar em frente às câmeras".


Renata Netto, 38, é editora-chefe do núcleo radicais da ESPN Brasil

Excepcionalmente hoje Carlos Sarli não escreve neste espaço


Sandro Dias rumo ao tri
Neste final semana, acontece em Vancouver, no Canadá, o Slam City Jam. E, se o skatista Mineirinho, bicampeão do mundo no vertical, ficar em quarto lugar, já conquista o título inédito de tricampeão.

Bob Burnquist nas telonas
O filme "The Reality of Bob Burnquist", de Jamie Mosberg, tem estréia marcada para setembro, nos EUA. O destaque vai para o novo obstáculo do skatista: o corkscrew, uma pista em parafuso com gaps.

Mundial de Kite Surf em Cabo Frio
Acontece entre os dias 4 e 10 de setembro, a 3ª etapa do Kiteboard Pro World Tour, que reúne estrelas como a campeã do mundo Gisela Pulido, de apenas 11 anos.

E-mail: rnetto@espn.com.br

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