DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians até que tentou, mas, quando quis jogar de igual para igual com o Cruzeiro, foi derrotado. Assim, o time do técnico Wanderley Luxemburgo bateu o adversário por 1 a 0 no Pacaembu e se afastou ainda mais na liderança do Brasileiro-2003.
Os mineiros chegaram a 64 pontos no campeonato e abriram cinco pontos de vantagem sobre o Santos, o vice-líder, que ontem empatou por 1 a 1 com o Juventude na Vila Belmiro. A 14 rodadas do fim do torneio, essa é a maior vantagem que o primeiro colocado abriu para o vice-líder.
De quebra, o gol marcado pelo lateral-direito Maurinho, o 70º dos cruzeirenses no Brasileiro, deu ao time o recorde de gols em uma só edição do Nacional -bateu a marca do Vasco, de 69 gols, registrada em 1997.
Já o Corinthians, com o segundo revés seguido, caiu para o nono lugar, mesmo herdando dois pontos do empate contra o Paysandu em decisão do STJD, e a torcida mais uma vez pediu a saída do técnico Geninho.
Com 46 pontos, o time vê reduzidas as chances de obter vaga na Taça Libertadores de 2004.
As equipes entraram em campo ontem separadas por enorme diferença técnica e financeira no Brasileiro. Enquanto os mineiros lideram a competição, são donos da melhor campanha, da segunda melhor média de público (cerca de 20 mil torcedores) e arrecadam em média R$ 200 mil por partida, o rival, que entrou em campo na oitava posição, tem tido prejuízos seguidos nos jogos em casa.
Ontem, os corintianos respeitaram a hierarquia do campeonato. Mesmo atuando no Pacaembu, o time de Geninho não se arriscava ao campo de ataque.
Os mineiros também não partiram para cima do adversário. Resultado: o jogo ficou monótono.
Restava então esperar que alguém se dispusesse a iniciar a ofensiva. O Corinthians fez isso. Porém a aposta foi errada.
No primeiro contra-ataque encaixado pelos mineiros, saiu o gol. O atacante Aristizábal invadiu a área e tentou o passe para Mota. A defesa desviou para escanteio.
Na cobrança de Alex, Maurinho dominou e chutou sem chance para Rubinho, aos 21min.
"Valeu o gol, mas o importante é sairmos com a vitória", afirmou o jogador, que tem 50% de seus direitos federativos vinculados ao ex-corintiano Luizão.
Na semana passada, a Justiça do Trabalho penhorou o Parque São Jorge em ação movida pelo atacante, que cobra direitos de imagem atrasados do clube.
Depois do gol, a diferença técnica entre os clubes se acentuou ainda mais. Os corintianos, quando criavam chances de gol, erravam o alvo. Foram seis finalizações no primeiro tempo, todas erradas.
O time de Luxemburgo continuava esperando para dar o bote. Não conseguiu, mas controlava com facilidade o rival, que demonstrava muito nervosismo.
O time acertou apenas 78,4% dos passes na etapa inicial, bem abaixo da média de 83,4%.
Para tentar o empate, a equipe de Geninho procurou se aproveitar do lado esquerdo, mesmo assim sem eficiência. Gil, Moreno e André Luiz não se entendiam.
A afobação corintiana contrastava com a lucidez do rival, que tocava a bola pacientemente. Enquanto Geninho gesticulava desesperadamente com seus atletas, Luxemburgo pedia aos seus comandados para "segurar" o jogo.
Mesmo assim, quando atacava, o Cruzeiro era muito mais perigoso do que o adversário.


Texto Anterior: Futebol - Soninha: Mundo mundo vasto mundo
Próximo Texto: Ataque falha, e Gil culpa defesa por nova derrota
Índice