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AUTOMOBILISMO
Piloto chega em terceiro e diz que asfalto úmido atrapalhou
Barrichello lamenta garoa e comemora final do jejum
Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
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Sentado no pódio, Rubens Barrichello observa Juan Pablo Montoya erguer o troféu do GP Brasil |
FÁBIO SEIXAS
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Poderia chover forte. Poderia ficar seco. Não poderia garoar.
Mas garoou. E, a 32 minutos da
largada do GP Brasil, ontem, em
Interlagos, a FIA liberou as equipes para ajustarem os carros para
a condição de asfalto úmido.
Nos boxes da Ferrari, Rubens
Barrichello assumiu um ar de
preocupação. Expressão que se
transformou em decepção 71 voltas depois, quando ele cruzou na
terceira posição a chegada da última etapa do Mundial de F-1.
"Saio de cabeça erguida. Não
venci o GP, mas cheguei perto. Se
havia algum tabu para quebrar,
foi quebrado", disse Barrichello,
sobre os dez anos sem pontos de
brasileiros em casa. Além dele,
Felipe Massa, oitavo, pontuou.
A vitória foi de Juan Pablo Montoya, da Williams, seguido por Kimi Raikkonen, da McLaren. Não
por coincidência, os dois times
usam pneus Michelin, melhores
que os Bridgestone, da Ferrari, na
pista meio seca, meio molhada.
A Barrichello, que chegou a Interlagos dizendo ter a melhor
chance em sua carreira de vencer
um GP em casa, sobraram resignação e irritação com indagações
sobre sua estratégia.
O brasileiro liderava a corrida
na quinta volta, quando Montoya
e Raikkonen trocaram os pneus
intermediários por compostos de
piso seco. O ferrarista fez seu pit
na volta seguinte e ao voltar à pista era o nono colocado. Ali, suas
chances de vencer terminaram.
"Se a pista estivesse seca, ótimo.
Se estivesse molhada, ótimo também. O problema é que estava do
único jeito que é ruim para nossos
pneus", declarou. "Para nossos
concorrentes, aquilo é o ideal.
Não é desculpa, mas a corrida não
jogou para nosso lado." Diante da
insistência para que explicasse
porque não entrou nos boxes com
os rivais, fechou a cara. "Já expliquei que não havia o que fazer."
O problema é que seu companheiro, Michael Schumacher, entrou nos boxes na quinta volta e
ao fim da primeira rodada de pits
havia conquistado três posições.
Segundo Gabriele delli Colli, engenheiro de corrida de Barrichel-lo, a decisão de ficar na pista por
mais uma volta com os pneus intermediários foi do brasileiro.
Foi um desfecho conturbado
para um final de semana que parecia dourado para o ferrarista.
Barrichello foi o mais rápido em
quatro dos seis treinos em Interlagos. Na sexta, quebrou o recorde
da pista e melhorou ainda mais a
marca no sábado. No treino oficial, cravou a pole position.
Ontem, bem-humorado, chegou ao circuito às 9h, com a mulher, Silvana. Passou a manhã
com a família e com amigos até se
trancar com a equipe, às 13h.
No final da tarde, reclamando
de dores no pescoço, deixou o circuito ao lado de Silvana. Seguiram
para uma festa com um motivo
para comemorar: ela está grávida
de dois meses, de um menino. O
casal já tem um filho, Eduardo, 3.
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