São Paulo, segunda-feira, 25 de outubro de 2004

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AUTOMOBILISMO

Piloto chega em terceiro e diz que asfalto úmido atrapalhou

Barrichello lamenta garoa e comemora final do jejum

Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
Sentado no pódio, Rubens Barrichello observa Juan Pablo Montoya erguer o troféu do GP Brasil


FÁBIO SEIXAS
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Poderia chover forte. Poderia ficar seco. Não poderia garoar.
Mas garoou. E, a 32 minutos da largada do GP Brasil, ontem, em Interlagos, a FIA liberou as equipes para ajustarem os carros para a condição de asfalto úmido.
Nos boxes da Ferrari, Rubens Barrichello assumiu um ar de preocupação. Expressão que se transformou em decepção 71 voltas depois, quando ele cruzou na terceira posição a chegada da última etapa do Mundial de F-1.
"Saio de cabeça erguida. Não venci o GP, mas cheguei perto. Se havia algum tabu para quebrar, foi quebrado", disse Barrichello, sobre os dez anos sem pontos de brasileiros em casa. Além dele, Felipe Massa, oitavo, pontuou.
A vitória foi de Juan Pablo Montoya, da Williams, seguido por Kimi Raikkonen, da McLaren. Não por coincidência, os dois times usam pneus Michelin, melhores que os Bridgestone, da Ferrari, na pista meio seca, meio molhada.
A Barrichello, que chegou a Interlagos dizendo ter a melhor chance em sua carreira de vencer um GP em casa, sobraram resignação e irritação com indagações sobre sua estratégia.
O brasileiro liderava a corrida na quinta volta, quando Montoya e Raikkonen trocaram os pneus intermediários por compostos de piso seco. O ferrarista fez seu pit na volta seguinte e ao voltar à pista era o nono colocado. Ali, suas chances de vencer terminaram.
"Se a pista estivesse seca, ótimo. Se estivesse molhada, ótimo também. O problema é que estava do único jeito que é ruim para nossos pneus", declarou. "Para nossos concorrentes, aquilo é o ideal. Não é desculpa, mas a corrida não jogou para nosso lado." Diante da insistência para que explicasse porque não entrou nos boxes com os rivais, fechou a cara. "Já expliquei que não havia o que fazer."
O problema é que seu companheiro, Michael Schumacher, entrou nos boxes na quinta volta e ao fim da primeira rodada de pits havia conquistado três posições.
Segundo Gabriele delli Colli, engenheiro de corrida de Barrichel-lo, a decisão de ficar na pista por mais uma volta com os pneus intermediários foi do brasileiro.
Foi um desfecho conturbado para um final de semana que parecia dourado para o ferrarista.
Barrichello foi o mais rápido em quatro dos seis treinos em Interlagos. Na sexta, quebrou o recorde da pista e melhorou ainda mais a marca no sábado. No treino oficial, cravou a pole position.
Ontem, bem-humorado, chegou ao circuito às 9h, com a mulher, Silvana. Passou a manhã com a família e com amigos até se trancar com a equipe, às 13h.
No final da tarde, reclamando de dores no pescoço, deixou o circuito ao lado de Silvana. Seguiram para uma festa com um motivo para comemorar: ela está grávida de dois meses, de um menino. O casal já tem um filho, Eduardo, 3.

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