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FUTEBOL
Multinacionais que investem em todo o mundo fincam raízes no país
Brasil entra de vez na era dos patrocinadores globais
EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Cruzeiro tem o mesmo do
Real Madrid. O do Corinthians é
igual ao do Manchester United. O
Palmeiras ostenta um idêntico ao
da Internazionale de Milão.
Pelo menos no patrocínio, os
clubes brasileiros estão hoje no
mesmo barco, apesar da classe inferior, dos concorrentes europeus
e de outros grandes centros da bola no planeta.
Empresas multinacionais com
forte estratégia de marketing no
futebol profissional renovaram
contratos ou aportaram em clubes do país nos últimos dias.
Nesse segundo caso quem se
destaca é a Siemens, empresa alemã de telecomunicações, que já
acertou com o Cruzeiro e está perto de acertar com o São Paulo.
Em termos de clubes, ninguém
investe mais do que a Siemens,
que tem seu nome na camisa do
Real Madrid, de mais uma dezena
de clubes e ainda dá seu nome à liga de futebol da China.
A Pepsi, do ramo de refrigerantes, acaba de renovar seu contrato
com o Corinthians, clube que patrocina desde 2000. Para enfrentar
a rival Coca-Cola, parceira de longa data da Fifa, a Pepsi investe pesado em times (tem contrato, entre outros, com Manchester United e Real Madrid) e em estrelas
-a principal delas é o meia inglês
David Beckham.
Santos e Palmeiras estampam
na camisa nomes de empresas italianas com tradição no patrocínio
ao futebol. A Bombril, do grupo
italiano Cirio (dono da Lazio), renovou nesta semana com o time
do litoral, e a Pirelli, parceira da
Inter, está com o Palmeiras.
Só em 2004 os investimentos
dessas multinacionais devem ultrapassar os R$ 30 milhões nos
clubes brasileiros.
Se é um bom dinheiro em tempo de vacas magras, o valor se torna irrisório quando comparado
ao gasto em times europeus.
Por cada temporada, o Real Madrid recebe US$ 10 milhões da Siemens, praticamente o mesmo que
todas as multinacionais vão gastar no Brasil no próximo ano.
Mas, com a realidade atual, os
patrocinadores globais parecem
ser o futuro mesmo.
"Todos os grandes clubes serão
dominados grandes empresas. Isso já está acontecendo", afirma o
diretor de marketing do São Paulo, Dorival Decausseau.
Segundo ele, não há outra saída
para os clubes brasileiros, que devem procurar abrir mercado fora
do país. "O mercado nacional
apenas não supre nossas necessidades. Faturamos muito pouco
com a venda de produtos, bilheteria dos jogos, contrato com a TV",
afirmou o dirigente, que negocia a
entrada do São Paulo nos EUA,
onde a Pepsi, do rival Corinthians, investe na MLS, a liga de
futebol daquele país.
No Corinthians, o dinheiro internacional é muito bem recebido, mas não ilude a todos.
"Acredito muito nesse negócio
de marketing, mas se o futebol
não ganhar, não adianta nada",
disse o vice de futebol corintiano,
Antonio Roque Citadini.
É assim que pensa a Pirelli em
relação ao Palmeiras. No clube do
Parque Antarctica, que recebe
cerca de R$ 5 milhões anuais do
patrocinador, existe um bônus
por metas alcançadas.
O contrato entre os dois prevê
ganho extra de US$ 150 mil pela
conquista do Campeonato Paulista. Pelo Brasileiro ou pela Copa do
Brasil, o clube pode embolsar US$
250 mil se erguer a taça.
Já o título da Libertadores ou do
Mundial interclubes pode render
até US$ 600 mil dólares.
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