São Paulo, domingo, 26 de março de 2006

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PINGUE-PONGUE

Lippi vê retranca do país só como crendice popular

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

Para o técnico Marcello Lippi, a fama da Itália de equipe defensiva não passa de crença popular errada. Em entrevista à Folha, por e-mail, usou como argumento a média de 1,7 gol por jogo do time nas eliminatórias.
Seus três rivais na primeira fase da Copa, República Tcheca, Gana e Estados Unidos ostentaram marcas melhores na fase classificatória.
Lippi apontou só o Brasil como favorito e admitiu usar o exemplo da Itália na Copa de 1982, que eliminou a seleção brasileira, uma das mais badaladas da história.
 

Folha - Qual a equipe com mais chances de vencer a Copa do Mundo da Alemanha?
Marcello Lippi -
Sem dúvida o time favorito, na teoria, é o Brasil, que pode confiar num grupo de profunda qualidade em cada posição.

Folha - Qual o ponto mais forte e o mais fraco da Itália?
Lippi -
Penso ter um time balanceado em cada posição porque posso usar o melhor do futebol italiano. Estamos trabalhando a força do grupo e a amizade entre os jogadores que acredito serem necessárias para alcançar objetivos importantes.

Folha - No Brasil, as pessoas dizem que a Itália, apesar de ser competitiva, atua sempre de maneira chata, pois pensa apenas em se defender.
Lippi -
Não concordo. É uma antiga idéia do público que o futebol italiano é defensivo. Acredito que um time de alto nível tem que estar apto a defender e a atacar de acordo com as chances. Lembro que em dez partidas das eliminatórias fizemos 17 gols e sofremos oito.

Folha - O senhor está preocupado com a chance de a Itália pegar o Brasil na segunda fase [o que acontece se um dos dois terminar a primeira em segundo e outro liderar]?
Lippi -
Disse que o Brasil começa como favorito, então é o time a ser batido. Seria um teste muito interessante. Acredito que a Itália tem qualidade para para começar bem [evitando o encontro prematuro].

Folha - O senhor pode usar a Itália de 1982 como exemplo para motivar seus jogadores, se enfrentar o Brasil?
Lippi -
1982 foi um sucesso inesquecível para o futebol italiano. Aquele time é um exemplo para todo mundo.

Folha - Na última Copa a Itália foi prejudicada pela arbitragem. O senhor teme que isso volte a ocorrer?
Lippi -
Não foram só erros de arbitragem em 2002, também tivemos má sorte no fim. Não me preocupo porque cada Copa é diferente.


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