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PINGUE-PONGUE
Lippi vê retranca do país só como crendice popular
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
Para o técnico Marcello
Lippi, a fama da Itália de
equipe defensiva não passa
de crença popular errada.
Em entrevista à Folha, por e-mail, usou como argumento
a média de 1,7 gol por jogo
do time nas eliminatórias.
Seus três rivais na primeira
fase da Copa, República
Tcheca, Gana e Estados Unidos ostentaram marcas melhores na fase classificatória.
Lippi apontou só o Brasil
como favorito e admitiu
usar o exemplo da Itália na
Copa de 1982, que eliminou
a seleção brasileira, uma das
mais badaladas da história.
Folha - Qual a equipe com
mais chances de vencer a Copa do Mundo da Alemanha?
Marcello Lippi - Sem dúvida
o time favorito, na teoria, é o
Brasil, que pode confiar
num grupo de profunda
qualidade em cada posição.
Folha - Qual o ponto mais
forte e o mais fraco da Itália?
Lippi - Penso ter um time
balanceado em cada posição
porque posso usar o melhor
do futebol italiano. Estamos
trabalhando a força do grupo e a amizade entre os jogadores que acredito serem necessárias para alcançar objetivos importantes.
Folha - No Brasil, as pessoas
dizem que a Itália, apesar de
ser competitiva, atua sempre
de maneira chata, pois pensa
apenas em se defender.
Lippi - Não concordo. É
uma antiga idéia do público
que o futebol italiano é defensivo. Acredito que um time de alto nível tem que estar apto a defender e a atacar
de acordo com as chances.
Lembro que em dez partidas
das eliminatórias fizemos 17
gols e sofremos oito.
Folha - O senhor está preocupado com a chance de a Itália pegar o Brasil na segunda
fase [o que acontece se um
dos dois terminar a primeira
em segundo e outro liderar]?
Lippi -Disse que o Brasil começa como favorito, então é
o time a ser batido. Seria um
teste muito interessante.
Acredito que a Itália tem
qualidade para para começar bem [evitando o encontro prematuro].
Folha - O senhor pode usar a
Itália de 1982 como exemplo
para motivar seus jogadores,
se enfrentar o Brasil?
Lippi - 1982 foi um sucesso
inesquecível para o futebol
italiano. Aquele time é um
exemplo para todo mundo.
Folha - Na última Copa a Itália foi prejudicada pela arbitragem. O senhor teme que isso volte a ocorrer?
Lippi - Não foram só erros
de arbitragem em 2002, também tivemos má sorte no
fim. Não me preocupo porque cada Copa é diferente.
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