Símbolo de reformulação no clube, treinador encara em seu primeiro jogo os mesmos problemas de seus antecessores

Contra o Náutico, time tenta avançar na Copa do Brasil com volante improvisado na esquerda, como ocorria quando o técnico era Leão

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Paulo César Carpegiani chegou ao Corinthians como o principal símbolo de mudança no clube, que fracassou no Estadual. Mas, em seu primeiro jogo após assumir oficialmente o cargo, o técnico corintiano ainda terá de conviver com problemas típicos da época de seus antecessores: improvisações dentro do gramado e muitas indefinições fora dele.
Para tentar fazer o Corinthians avançar às quartas-de-final da Copa do Brasil -um empate em até 1 a 1 serve-, o novo treinador do clube do Parque São Jorge ainda não conseguirá iniciar a reformulação no elenco, tão decantada desde sua chegada, há nove dias.
Sem ainda poder contar com os novos contratados, que só poderão ser inscritos na próxima fase do torneio, caso o Corinthians passe pelo Náutico, e ainda inseguro em escalar muitos jogadores recém-promovidos das categorias de base (é o caso do meia Lulinha), Carpegiani foi obrigado a lançar mão de estratégias usadas por Emerson Leão -e muito criticadas por torcedores e dirigentes- para montar o time.
Com pouco mais de uma semana à frente do elenco, o novo técnico não conseguiu resolver o crônico problema da lateral esquerda e deve escalar o volante Carlão na posição, como fazia habitualmente seu antecessor no banco de reservas.
"Estou pensando em usar o Carlão para ter uma melhor proteção defensiva", diz Carpegiani. No meio-campo, o jovem Everton, que jogou a partida de ida no Recife justamente na ala esquerda, fica com a vaga do suspenso Willian.
"Em quatro dias não se organiza uma equipe", lamenta o técnico corintiano, que nos treinos, pelo menos, já conseguiu mudar a rotina, com muitos exercícios táticos.
Fora dos gramados, o ambiente corintiano também continua o mesmo de antes da chegada do novo treinador.
Ontem, mais uma vez o procurador de Nilmar, Orlando da Hora, reiterou que o atacante não joga mais pelo time. O jogador foi ao Parque São Jorge, mas Da Hora disse que a presença do atleta no clube é apenas protocolar. "O Nilmar não quer mais ficar no Corinthians. Amor já não existe mais. Já não há mais prazer em ficar lá", disse. "Cansei de negociar com o Corinthians. Faço isso há um ano e não ganhei nada", completou o procurador.
Mesmo com muitos (e antigos) problemas para resolver, Carpegiani ainda encontrou espaço para prometer que o Corinthians jogará ao gosto de sua torcida. "Vai ser um time que terá a cara que a torcida vai gostar. Vai ter muita garra e uma entrega impressionante."