São Paulo, domingo, 26 de abril de 1998

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JUCA KFOURI
Injustiças da história

A injustiça em relação a Muller (e, em certa medida, também em relação a Mauro Galvão), só é comparável à feita com Paulo Roberto Falcão em 1978, na Argentina.
São injustiças com craques em situações opostas.
Em 1978, Falcão já era bi brasileiro no fabuloso time do Inter de 1975 e 1976, estava prestes a ser aclamado Rei de Roma, mas, em todo caso, estava em começo de carreira.
Brilhante carreira, que fez dele dos mais completos jogadores do futebol mundial.
Como Zico, em 1974, esquecido pelo próprio Zagallo, também no início da carreira. Uma carreira até mais brilhante que a de Falcão.
Muller vive o fim da sua, jogando como nunca.
Como Mauro Galvão.
Há uma série de argumentos contra a convocação de ambos, além da "coerência".
Aumentariam a já alta média de idade da seleção, estiveram em outras Copas sem sucesso (Muller, aliás, em três delas), há jogadores do mesmo nível entre os convocados.
É verdade e é mentira.
Porque não há argumento maior que o futebol dos dois neste momento e castigá-los com a rejeição é o mesmo que castigar o próprio futebol.
Que Zagallo não se arrependa amargamente durante a Copa da França. Amém.

Penúltima chamada já feita, escalemos para alegria dos sádicos a seleção do momento desta volúvel coluna.
Carlos Germano; Cafu, Júlio César, Mauro Galvão e Roberto Carlos; Dunga, Zé Elias, Muller e Rivaldo; Romário e Ronaldinho, com Denílson entrando no segundo tempo sempre, 12º titular.
E, para completar: Dida e Rogério; Adílson (ex-Grêmio), Antônio Carlos (do Roma) e Serginho (do São Paulo); César Sampaio, Raí, Leonardo e Giovanni; e Jardel.
Comandando este grupo, a exemplo do que houve em 1970, até eu seria campeão.
Élber e André Cruz ficam fora por contusão. Marcelinho não entra porque ainda não voltou a ser o que era.

Ao Corinthians, para variar, só restou o Paulistão. Continua sem vencer nenhum grande na temporada e não adianta reclamar de uma arbitragem que expulsou bem Rincón e validou o gol de Mirandinha em impedimento.
Melhor perspectiva tem o Santos, que segue vivíssimo na Copa do Brasil, mais importante que o Estadual.
E o Cruzeiro de Dida se enche de moral para pegar o Vasco na Libertadores.



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