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FUTEBOL
Clube aprova contrato com o consórcio CIE-Octagon/Koch Tavares
Parceria no Atlético-MG
tenta equilibrar finanças
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O Atlético-MG está pronto para
assinar com a CIE-Octagon/Koch
Tavares um contrato de parceria,
buscando livrar o clube de uma
década de caos nas finanças e de
uma dívida de R$ 66 milhões.
O conselho deliberativo do Atlético aprovou a parceria na noite
de anteontem, por unanimidade.
O contrato será assinado na primeira quinzena de junho.
Pelo acordo, o clube vai receber
a curto prazo US$ 27 milhões. Do
total, US$ 10 milhões virão no ato
da assinatura. Outros US$ 2 milhões concluirão o centro de treinamento, e US$ 15 milhões serão
para investir no time neste ano.
Os recursos para investimento
no departamento de futebol, no
entanto, já estão comprometidos
com a montagem da equipe atual.
Do total previsto, restam apenas
US$ 4 milhões para serem investidos neste ano. Caberá ao parceiro
arcar com todas as despesas do
departamento de futebol.
As contratações do atacante
Guilherme, do meia Ramon, do
volante Cleisson, do lateral Ronildo e do zagueiro Gilberto Silva foram feitas já com o aval dos novos
parceiros, que têm direito a 50%
do passe desses jogadores. O dinheiro será usado para acertar essa dívida, de US$ 11 milhões.
Os demais jogadores atleticanos
terão como único dono de seus
passes o clube mineiro. A divisão
só valerá para os jogadores contratados a partir da formação da
parceria, que terá a duração de 15
anos e vai render US$ 245 milhões
ao clube nesse período.
Sustentando esse investimento
estarão bancos internacionais, cujos nomes só serão divulgados na
assinatura do contrato.
O Atlético-MG terá direito a
25% do lucro líquido da Galo Licenciamento, que será responsável pela imagem do Atlético e da
marca Galo, e 30% do resultado
da comercialização de jogadores
formados nas categorias de base.
O clube seguirá responsável pelo gerenciamento do futebol, mas
os diretores financeiro e de futebol serão indicados pelo parceiro.
A Galo Futebol S/A será a responsável pela administração dos recursos destinados ao Atlético por
meio da Galo Licenciamento.
O novo parceiro fará um estudo
sobre a viabilidade da construção
de um estádio, mas a prioridade é
tentar arrendar o Mineirão em
parceria com o Cruzeiro, que tem
recusado a proposta. O estádio
pertence ao governo mineiro.
O presidente do Atlético, Nélio
Brant, e Fernando Silva, da IMS
(International Marketing Services), empresa que vai administrar
a parceria, disseram que o clube
terá sempre um "grande time" de
futebol, em condições de disputar
títulos, mas que as contratações
obedecerão a certos critérios.
Um deles, afirmou Brant, será o
de não contratar jogadores em
idade avançada para o esporte
profissional. "Não vamos contratar jogadores mais velhos. Queremos novos talentos", disse o presidente atleticano, assinalando
que uma das prioridades desse
trabalho será o de fortalecer as categorias de base do clube.
Nem jogadores velhos e nem
grandes estrelas, conforme completou Silva ao falar sobre a linha
de crédito anual para contratações: "Não é para trazer um Djalminha ou um Rivaldo, isso não
garante nada."
"De agora em diante, o Atlético
só tende a crescer", comemorou
Brant, que também é diretor do
Banco Rural. Ele vem colocando
dinheiro no clube desde dezembro de 1998, quando assumiu a
presidência, para conseguir manter em dia pelo menos os salários
de jogadores e funcionários.
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