São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 2000


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FUTEBOL
Clube aprova contrato com o consórcio CIE-Octagon/Koch Tavares
Parceria no Atlético-MG tenta equilibrar finanças

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O Atlético-MG está pronto para assinar com a CIE-Octagon/Koch Tavares um contrato de parceria, buscando livrar o clube de uma década de caos nas finanças e de uma dívida de R$ 66 milhões.
O conselho deliberativo do Atlético aprovou a parceria na noite de anteontem, por unanimidade. O contrato será assinado na primeira quinzena de junho.
Pelo acordo, o clube vai receber a curto prazo US$ 27 milhões. Do total, US$ 10 milhões virão no ato da assinatura. Outros US$ 2 milhões concluirão o centro de treinamento, e US$ 15 milhões serão para investir no time neste ano.
Os recursos para investimento no departamento de futebol, no entanto, já estão comprometidos com a montagem da equipe atual. Do total previsto, restam apenas US$ 4 milhões para serem investidos neste ano. Caberá ao parceiro arcar com todas as despesas do departamento de futebol.
As contratações do atacante Guilherme, do meia Ramon, do volante Cleisson, do lateral Ronildo e do zagueiro Gilberto Silva foram feitas já com o aval dos novos parceiros, que têm direito a 50% do passe desses jogadores. O dinheiro será usado para acertar essa dívida, de US$ 11 milhões.
Os demais jogadores atleticanos terão como único dono de seus passes o clube mineiro. A divisão só valerá para os jogadores contratados a partir da formação da parceria, que terá a duração de 15 anos e vai render US$ 245 milhões ao clube nesse período.
Sustentando esse investimento estarão bancos internacionais, cujos nomes só serão divulgados na assinatura do contrato.
O Atlético-MG terá direito a 25% do lucro líquido da Galo Licenciamento, que será responsável pela imagem do Atlético e da marca Galo, e 30% do resultado da comercialização de jogadores formados nas categorias de base.
O clube seguirá responsável pelo gerenciamento do futebol, mas os diretores financeiro e de futebol serão indicados pelo parceiro. A Galo Futebol S/A será a responsável pela administração dos recursos destinados ao Atlético por meio da Galo Licenciamento.
O novo parceiro fará um estudo sobre a viabilidade da construção de um estádio, mas a prioridade é tentar arrendar o Mineirão em parceria com o Cruzeiro, que tem recusado a proposta. O estádio pertence ao governo mineiro.
O presidente do Atlético, Nélio Brant, e Fernando Silva, da IMS (International Marketing Services), empresa que vai administrar a parceria, disseram que o clube terá sempre um "grande time" de futebol, em condições de disputar títulos, mas que as contratações obedecerão a certos critérios.
Um deles, afirmou Brant, será o de não contratar jogadores em idade avançada para o esporte profissional. "Não vamos contratar jogadores mais velhos. Queremos novos talentos", disse o presidente atleticano, assinalando que uma das prioridades desse trabalho será o de fortalecer as categorias de base do clube.
Nem jogadores velhos e nem grandes estrelas, conforme completou Silva ao falar sobre a linha de crédito anual para contratações: "Não é para trazer um Djalminha ou um Rivaldo, isso não garante nada."
"De agora em diante, o Atlético só tende a crescer", comemorou Brant, que também é diretor do Banco Rural. Ele vem colocando dinheiro no clube desde dezembro de 1998, quando assumiu a presidência, para conseguir manter em dia pelo menos os salários de jogadores e funcionários.


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