São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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COPA 2002

Contra um fuso de 12 horas, jornal se prepara para oferecer cobertura diferenciada e independente a seus leitores

Saiba por que ler a Folha durante a Copa

DA REDAÇÃO

O mais globalizado dos esportes rompe sua penúltima fronteira. Quando França e Senegal entrarem no gramado do Seul World Cup Stadium, na manhã desta sexta-feira, pela primeira vez o Oriente (faltará a África) será o centro do planeta futebol. O centro do primeiro Mundial dividido entre dois países.
A Copa Coréia/Japão será também a primeira inteiramente conduzida por Joseph Blatter, o suíço ungido ao comando do futebol após 24 anos de reinado do brasileiro João Havelange. A Copa que servirá para a Fifa reabilitar as finanças dizimadas pelo escândalo ISL. E que marca a (prometida) retirada de Ricardo Teixeira, que há 13 anos dita o futebol nacional.
Em campo, sete campeões mundiais (Alemanha, Argentina, Brasil, França, Inglaterra, Itália e Uruguai). Se não houver intrusos, a Copa desempatará a disputa entre Europa e América do Sul (oito títulos para cada lado). E, pela primeira vez, terá a maior torcida do mundo -1,2 bilhão de chineses.
Rivais históricos (invadida, a Coréia foi colônia japonesa por três décadas, a partir de 1910), os países-sedes exibirão suas culturas milenares e um fôlego econômico e tecnológico que converteu o Japão na segunda nação mais rica do mundo e a Coréia em um dos chamados Tigres Asiáticos.
Recursos suficientes para transformar o Mundial em cenário futurista, de estádios moderníssimos, mas também militarizado. Esta é a Copa do medo, a primeira depois de 11 de setembro.
Não bastassem tantas marcas históricas, o Mundial-2002 representará um desafio para a imprensa. O esforço para oferecer um produto atrativo terá que ser ainda maior por conta do fuso horário de 12 horas, gigantesco para um jornal diário.
O Mundial, no Brasil, acontecerá entre a madrugada e o início da manhã. Fugir do mero reflexo do noticiário já exaurido do dia anterior será buscar compreender e reportar a competição em seus tempos: refletir o ontem, transparecer o hoje, antecipar o amanhã.
Para tanto, a Folha publica a partir de amanhã o Copa 2002, com novo projeto gráfico, impactante, profundo, mas ao mesmo tempo claro, organizado, para que o leitor enfrente com prazer o emaranhado da competição.
A equipe que o jornal manda para a Ásia é formada por 12 profissionais -nove repórteres e dois fotógrafos e o colunista Tostão. Ao repórter especial Mário Magalhães caberá a missão de elaborar um diário do Mundial. Munido de uma câmara digital, percorrerá a Coréia e o Japão para mostrar os países que se escondem por trás do planeta bola.
Como de hábito, o leitor não deve esperar sinal de adesismo à seleção brasileira. Não deve esperar críticas desmedidas ou infundadas. Deve esperar sim um jornalismo crítico, fundamentado e distante de interesses alheios a sua função, a de informar.
Há muito o futebol deixou de ser mero esporte: é um fenômeno de massas, um espetáculo, um negócio. Essas nuances não deixarão nunca a cobertura.
A Folha foi o primeiro jornal do país a fazer uso de estatísticas para analisar o futebol. Foi o jornal que noticiou o escândalo da sonegação de impostos envolvendo a liberação da bagagem dos tetracampeões, em 1994. E o que primeiro desvendou que, horas antes da final da Copa da França, em 1998, Ronaldo sofreu uma crise nervosa, e não uma convulsão.
Neste ano, a Folha não fará diferente. Após oito produtos especiais em 25 datas diferentes, se prepara agora para oferecer a melhor cobertura da Copa.


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