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Cada vez pior, Inglaterra elimina equatorianos
Time inglês falhou mais que o Equador na maioria dos fundamentos, mas, para Eriksson, a equipe está jogando "cada vez melhor"
Em jogo modorrento, gol de falta de Beckham põe English Team nas quartas
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A STUTTGART
Jogando "melhor e melhor"
para seu técnico e pior e pior
para o mundo, a Inglaterra venceu ontem, em jogo modorrento, o Equador por 1 a 0 e avançou assim às quartas-de-final
da Copa-2006. Vai enfrentar
Portugal de Luiz Felipe Scolari,
que quase virou o seu técnico.
Vamos à fala de Sven-Göran
Eriksson, o criticado sueco que
dirige a Inglaterra: "Estou certo de que estamos jogando cada
vez melhor. Podíamos ter feito
mais gols no segundo tempo".
Vamos aos números do Datafolha, comparando as médias
da Inglaterra na primeira fase
da Copa (não foi brilhante) com
o desempenho do time ontem.
Diante do Equador, o English
Team passou menos (332 x
374), passou pior (81% de acerto x 86,6), desarmou bem menos (122 x 143,7), finalizou muito menos (10 x 20,7), cruzou
menos (16 x 31,7), driblou menos (12 x 16,7) e ainda ostentou
menos a posse de bola
(25min19s x 28min48s).
"Todos os jogos desta fase,
em que temos os 16 melhores
times do mundo, são difíceis. A
Alemanha fez 2 a 0 rapidamente na Suécia, mas, depois, teve
dificuldades. O México dificultou para a Argentina. Na próxima fase, com os oito melhores
do mundo, será mais difícil",
afirmou Eriksson.
O gol que definiu a partida foi
simbólico. Uma falta aos 10min
da etapa final, que para os equatorianos não aconteceu, foi
convertida por Beckham em
lance que o goleiro Mora poderia ter evitado o tento.
"Para começar, nem falta foi.
O Beckham bate muito bem na
bola, que foi perto do chão.
Cheguei a tocar nela, mas foi
mérito dele na jogada", afirmou
o goleiro equatoriano.
A partida começou sob temperatura alta (quase 30C), o
que ajudaria a explicar o baixo
nível técnico do jogo.
O Equador teve a chance
mais clara para marcar com a
bola rolando com apenas 11 minutos de jogo. Terry falhou feito, e a bola sobrou livre para
Carlos Tenorio na cara de Paul
Robinson. Ele teve tempo para
ajeitar e escolher o canto. Na
hora do arremate, Ashley Cole
desviou a bola, que bateu no
travessão e saiu para escanteio.
"Se o gol tivesse saído naquela hora, as chances estariam
abertas para nós. Não jogamos
como na primeira fase contra
Costa Rica e Polônia, mas era
um outro jogo, com a Inglaterra
do outro lado", disse Luiz Fernando Suárez, o técnico da seleção equatoriana.
"Tinha o controle da bola.
Não sei de onde chegou aquele
pé [Cole] para tirá-la do gol",
afirmou Tenorio sobre o lance.
Eriksson não sabia ainda o
adversário de sua equipe nas
quartas-de-final, porém já elogiava tanto Portugal quanto
Holanda. "São dois favoritos ao
título", disse o técnico, que ontem levou a campo sua quarta
formação diferente em quatro
jogos e ainda trocou o esquema
tático, escalando só um atacante (4-5-1), com Crouch esquentando o banco de reservas.
Beckham reconheceu que a
equipe não rendeu nada bem.
"Não demonstramos todo o
nosso potencial. Mas estamos
felizes", disse o meia-atacante.
O atacante Rooney, que teve
apenas uma boa jogada individual no segundo tempo (jogou
a bola no meio das pernas de
Hurtado e serviu bem a Lampard, que mandou para longe
do gol), está preocupado com o
que vem pela frente. "Sabemos
que a final está perto, mas temos que jogar melhor", disse o
atleta do Manchester United.
O zagueiro Terry diz que as
coisas devem melhorar agora
apesar da dependência do time
nas jogadas de bola parada com
Beckham. "Tivemos dificuldade no primeiro tempo. Estava
quente. Melhor para nós que
Beckham está praticando muito cobranças de falta. Estamos
confiantes no próximo jogo".
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