São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

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Cada vez pior, Inglaterra elimina equatorianos

Time inglês falhou mais que o Equador na maioria dos fundamentos, mas, para Eriksson, a equipe está jogando "cada vez melhor"

Em jogo modorrento, gol de falta de Beckham põe English Team nas quartas

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A STUTTGART

Jogando "melhor e melhor" para seu técnico e pior e pior para o mundo, a Inglaterra venceu ontem, em jogo modorrento, o Equador por 1 a 0 e avançou assim às quartas-de-final da Copa-2006. Vai enfrentar Portugal de Luiz Felipe Scolari, que quase virou o seu técnico.
Vamos à fala de Sven-Göran Eriksson, o criticado sueco que dirige a Inglaterra: "Estou certo de que estamos jogando cada vez melhor. Podíamos ter feito mais gols no segundo tempo".
Vamos aos números do Datafolha, comparando as médias da Inglaterra na primeira fase da Copa (não foi brilhante) com o desempenho do time ontem.
Diante do Equador, o English Team passou menos (332 x 374), passou pior (81% de acerto x 86,6), desarmou bem menos (122 x 143,7), finalizou muito menos (10 x 20,7), cruzou menos (16 x 31,7), driblou menos (12 x 16,7) e ainda ostentou menos a posse de bola (25min19s x 28min48s).
"Todos os jogos desta fase, em que temos os 16 melhores times do mundo, são difíceis. A Alemanha fez 2 a 0 rapidamente na Suécia, mas, depois, teve dificuldades. O México dificultou para a Argentina. Na próxima fase, com os oito melhores do mundo, será mais difícil", afirmou Eriksson.
O gol que definiu a partida foi simbólico. Uma falta aos 10min da etapa final, que para os equatorianos não aconteceu, foi convertida por Beckham em lance que o goleiro Mora poderia ter evitado o tento.
"Para começar, nem falta foi. O Beckham bate muito bem na bola, que foi perto do chão. Cheguei a tocar nela, mas foi mérito dele na jogada", afirmou o goleiro equatoriano.
A partida começou sob temperatura alta (quase 30C), o que ajudaria a explicar o baixo nível técnico do jogo.
O Equador teve a chance mais clara para marcar com a bola rolando com apenas 11 minutos de jogo. Terry falhou feito, e a bola sobrou livre para Carlos Tenorio na cara de Paul Robinson. Ele teve tempo para ajeitar e escolher o canto. Na hora do arremate, Ashley Cole desviou a bola, que bateu no travessão e saiu para escanteio.
"Se o gol tivesse saído naquela hora, as chances estariam abertas para nós. Não jogamos como na primeira fase contra Costa Rica e Polônia, mas era um outro jogo, com a Inglaterra do outro lado", disse Luiz Fernando Suárez, o técnico da seleção equatoriana.
"Tinha o controle da bola. Não sei de onde chegou aquele pé [Cole] para tirá-la do gol", afirmou Tenorio sobre o lance.
Eriksson não sabia ainda o adversário de sua equipe nas quartas-de-final, porém já elogiava tanto Portugal quanto Holanda. "São dois favoritos ao título", disse o técnico, que ontem levou a campo sua quarta formação diferente em quatro jogos e ainda trocou o esquema tático, escalando só um atacante (4-5-1), com Crouch esquentando o banco de reservas.
Beckham reconheceu que a equipe não rendeu nada bem.
"Não demonstramos todo o nosso potencial. Mas estamos felizes", disse o meia-atacante.
O atacante Rooney, que teve apenas uma boa jogada individual no segundo tempo (jogou a bola no meio das pernas de Hurtado e serviu bem a Lampard, que mandou para longe do gol), está preocupado com o que vem pela frente. "Sabemos que a final está perto, mas temos que jogar melhor", disse o atleta do Manchester United.
O zagueiro Terry diz que as coisas devem melhorar agora apesar da dependência do time nas jogadas de bola parada com Beckham. "Tivemos dificuldade no primeiro tempo. Estava quente. Melhor para nós que Beckham está praticando muito cobranças de falta. Estamos confiantes no próximo jogo".


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